Esta segunda-feira ficará para a posteridade como o dia que marca o fim da mais longa guerra da história dos Estados Unidos. Às 20:29 (hora de Portugal), a última aeronave das forças militares norte-americanas descolou do aeroporto de Cabul.
Para trás ficam centenas de milhares de óbitos e gastos financeiros que superam os dois biliões de dólares (cerca de 1,69 biliões de euros). Números citados pela Associated Press, que ainda podem vir a aumentar ao longo dos próximos anos.
O custo humano
Militares norte-americanos mortos no Afeganistão até abril: 2.448
Óbitos entre pessoas contratadas pelos Estados Unidos: 3.846
Militares e polícias afegãos mortos: 66.000
Membros dos aliados, incluindo elementos da NATO: 1.144
Civis afegãos: 47.245
Talibãs e outros soldados da oposição: 51.191
Trabalhadores humanitários: 444
Jornalistas: 72
A despesa financeira
Custo direto da guerra do Afeganistão e Iraque para os EUA até 2020: dois biliões de dólares (perto de 1,69 biliões de euros).
Custos estimados até 2050: até 6,5 biliões de dólares (perto de 5,5 biliões de euros)
No dia 14 de agosto, os talibãs invadiram a cidade de Cabul, capital do Afeganistão. Nos últimos dias, foram retirados mais de 100 mil cidadãos estrangeiros e refugiados afegãos através do aeroporto Cabul.
A presença estrangeira no Afeganistão chegou a envolver um pico de 115 mil tropas de uma coligação de 38 países da NATO (sigla do nome inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Portugal participou com 4.500 militares desde 2002 até maio deste ano, e registou duas baixas.
O conflito bélico dos EUA no Afeganistão teve início no dia 18 de setembro de 2001, sete dias após os atentados que derrubaram o World Trade Center, em Nova Iorque.
O objetivo primário era vingar o 11 de setembro e desmantelar o grupo terrorista Al-Qaeda, liderado por Osama Bin Laden, que viria a ser morto no Paquistão quase 10 anos depois, a 1 maio de 2011, por militares norte-americanos.
Número de congressistas que se opuseram a declarar guerra no Afeganistão: 0
Os 20 anos de guerra provocaram também mais de 2,7 milhões de refugiados e mais de 3,4 milhões de deslocados internos, segundo a ONU, num país com 37 milhões de habitantes.