Derrame de petróleo nas Maurícias: navio partiu em dois - TVI

Derrame de petróleo nas Maurícias: navio partiu em dois

O navio japonês "MV Wakashio" estava a cerca de uma milha da costa sudeste da Maurícia quando encalhou, embora fosse suposto estar a 10 a 20 milhas (16 a 32 quilómetros) de distância, estando em investigação a razão pela qual o navio se desviou da rota

O navio que perdeu toneladas de petróleo no Oceano Índico ao largo das ilhas Maurícias separou-se, anunciaram as autoridades no sábado, avança a CNN.

"Cerca das 16:30, foi observado uma grande separação na seção dianteira do navio", anunciou o Comité Nacional de Crise das Maurícias.

Também a sociedade japonesa que explora o navio, Mitsui OSK Lines, confirmou que o navio se partiu em dois.

"Foi confirmado em 15 de agosto que o navio se partiu em dois", disse a Mitsui OSK Lines em comunicado, acrescentando que a informação veio do proprietário do navio, a Nagashiki Shipping.

Segundo as autoridades, ainda havia cerca de 90 toneladas de combustível a bordo quando o barco se partiu em dois.

A equipa de resgate pretende rebocar os dois terços dos destroços do navio que se soltaram do resto e afundá-los para evitar maiores danos, disse à agência France-Presse uma fonte policial em Port Louis, sob condição de anonimato.

O resto do barco ainda está preso no recife, segundo a mesma fonte.

O navio japonês "MV Wakashio" estava a cerca de uma milha da costa sudeste da Maurícia quando encalhou, embora fosse suposto estar a 10 a 20 milhas (16 a 32 quilómetros) de distância, estando em investigação a razão pela qual o navio se desviou da rota.

Milhares de estudantes, ativistas ambientais e residentes das Maurícias na área foram obrigados a cessar as limpezas uma vez que as autoridades decretaram a zona como "área proibida".

Desconhece-se quando petróleo já foi possível retirar das águas, uma vez que se estima que mais de uma tonelada de petróleo da carga do navio japonês de quatro toneladas tenha escapado para o mar. Imagens de satélite mostram uma mancha escura a alastrar nas águas turquesa perto de zonas húmidas classificadas de "muito sensíveis" do ponto de vista ambiental.

O primeiro-ministro Pravind Jugnauth já declarou o estado de emergência ambiental e o ministro do Ambiente afirmou que o país se encontra numa crise ambiental.

No Japão, responsáveis da empresa proprietária do navio, a Nagashiki Shipping, e do operador do navio, Mitsui O.S.K. Lines, pediram desculpa pela fuga de petróleo e disseram ter enviado peritos à Maurícia para se juntarem ao esforço de limpeza.

A Nagashiki Shipping disse ainda estar "profundamente ciente das (suas) responsabilidades" e prometeu responder "sinceramente" aos pedidos de indemnização.

A França enviou um navio, aviões militares e técnicos desde a ilha vizinha de Reunião após um pedido de auxílio das Maurícias na semana passada.

Especialistas japoneses estão a ajudar e as Nações Unidas enviaram peritos.

O capitão, de nacionalidade indiana, e a tripulação foram alvo de interrogatório policial. Uma das questões que se procura esclarecer é a razão pela qual o navio navegava tão perto das costas da Maurícia.

Agora, as atenções estão focadas no que os investigadores sul-africanos conseguirem extrair da caixa negra do navio.

O governo de Jugnauth está a ser pressionado para explicar porque não tomou medidas imediatas para esvaziar o navio quando ele encalhou, a 25 de julho e anunciou que pedirá uma indemnização ao armador e à seguradora pelos danos ambientais e pelos custos despesa na limpeza costeira.

As Maurícias e os seus 13 milhões de habitantes dependem do mar para a alimentação e o turismo, crucial para a sua economia.

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