Covid-19: “Se me perderem para o Covid, quero que saibam que a mãe lutou” - TVI

Covid-19: “Se me perderem para o Covid, quero que saibam que a mãe lutou”

  • Márcia Sobral
  • 3 abr 2020, 23:42
Unidade de cuidados intensivos em Itália

“Não façam com que os nossos filhos fiquem órfãos, precisamos urgentemente de máscaras”. A frase é de Cornelia Griggs, médica em Nova Iorque. Tanto ela como o marido estão na linha da frente do combate ao novo coronavírus, que já matou mais de 58 mil pessoas por todo o mundo.

Cornelia Griggs é médica e está na linha da frente do combate à pandemia de Covid-19. Tem dois filhos, demasiado pequenos para se aperceberem da gravidade da situação, mas tanto ela como o marido correm riscos todos os dias para salvar vidas.

Depois de várias horas de trabalho, a médica partilhou no Twitter uma foto dela com uma mensagem a pensar nos filhos. Um relato cru e honesto sobre como é estar no epicentro da pandemia.

“Os meus bebés são demasiado pequenos para lerem isto. E eles mal me reconhecem de máscara. Mas se me perderem para o Covid eu quero que saibam que a mãe lutou com todas as suas forças para fazer o seu trabalho”, escreveu a médica.

 

O testemunho chamou a atenção de várias pessoas e chegou até a ser partilhado por celebridades. Para Griggs, o impacto da publicação deveu-se ao facto de “refletir o que muitos profissionais de saúde estavam a sentir”.

Para a médica, acordar e entrar no hospital é como “andar por cima de fogo”, principalmente numa altura em que as unidades de saúde começam a apresentar grandes falhas de material. Já não são apenas equipamentos de proteção individual, mas também medicamentos, ventiladores ou mesmo máquinas de diálise.

Nova Iorque. Mãe de dois filhos. Casal de médicos que estão na linha da frente. Não façam com que os nossos filhos fiquem órfãos. Precisamos urgentemente de máscaras, proteções para os olhos e luvas, pode ler-se noutra publicação da médica.

 

Recentemente, tanto Griggs como o marido optaram por escrever o testamento, mas ambos afirmam que não o fizeram por estar em pânico. Foi uma forma de "estarem preparados”.

O número total de infetados com Covid-19 nos Estados Unidos ultrapassa já os 250 mil, e já morreram mais de seis mil pessoas.

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