Médica que ajudou opositor russo Alexei Navalny condenada a um ano de limitações à liberdade - TVI

Médica que ajudou opositor russo Alexei Navalny condenada a um ano de limitações à liberdade

  • Beatriz Céu
  • 15 out 2021, 09:42
Médica que tratou de Alexei Navalny condenada a um ano de limitações à liberdade

Decisão do tribunal russo proíbe Anastasia Vasilyeva de viajar para fora de Moscovo, de sair de casa à noite e de participar em grandes eventos. Ouros apoiantes do principal crítico do regime russo foram alvo de acusações semelhantes

Anastasia Vasilyeva, a médica que tratou do principal opositor ao regime russo, Alexei Navalny, foi condenada a um ano de restrições à liberdade por quebra as restrições associadas à covid-19, de acordo com um comunicado do tribunal da Rússia, divulgado esta quinta-feira e citado pela Reuters.

O tribunal considerou Vasilyeva como culpada de ter incitado várias pessoas a participarem num protesto, no início deste ano, que exigia a libertação do mais famoso crítico do presidente Vladimir Putin.

As autoridades argumentam que o comportamento da médica não só foi irresponsável, como também foi ilegal, tendo em conta a proibição de ajuntamentos imposta pelo executivo russo para evitar a propagação da covid-19.

A médica, que tratou Navalny em 2017, depois de o opositor russo ter sofrido uma queimadura química no olho direito, após um ataque de ativistas defensores do Kremlin, diz não ter dúvidas de que a sua condenação foi “politicamente motivada”.

A decisão proíbe-a de viajar para fora de Moscovo, de sair de casa à noite ou até mesmo de participar em grandes eventos. Além disso, Vasilyeva é obrigada a apresentar-se duas vezes por mês a um supervisor oficial.

Ao contrário do que aconteceu quando foi detida, a médica não está proibida de utilizar telemóvel ou internet.

Vários apoiantes do opositor de Putin foram alvo de acusações semelhantes, nomeadamente a porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, que viajou para a Finlândia em agosto deste ano, depois de ser condenada.

Também a política russa Lyubov Sobol, uma outra apoiante de Navalny, foi considerada culpada da mesma acusação. Tal como Yarmysh, há relatos de que também Sobol fugiu do país em agosto, para parte incerta.

Recentemente, Vasilyeva manifestou publicamente o seu apoio a Navalny após a detenção do opositor do Kremlin, no início deste ano, por alegadas violações à sua liberdade condicional, o que, segundo Navalny, não passa de uma invenção para prejudicar as suas posições políticas.

Em março passado, as autoridades russas consideraram Vasilyeva como uma “agente estrangeira”, uma designação que a sujeita a um forte escrutínio burocrático.

O principal líder da oposição do regime russo está a cumprir uma pena de dois anos de prisão por violações da liberdade condicional.

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