Sequestrador de autocarro exigiu ao presidente da Ucrânia que recomendasse nas redes sociais o documentário "Earthlings" - TVI

Sequestrador de autocarro exigiu ao presidente da Ucrânia que recomendasse nas redes sociais o documentário "Earthlings"

Os 13 reféns, três antes da publicação e os restantes depois, foram libertados depois de Volodymyr Zelenskiy publicar no Facebook um pequeno vídeo, onde afirmou que "todos deviam ver o filme de 2005 Earthlings"

O sequestrador de um autocarro na Ucrânia exigiu ao presidente do país que recomendasse nas redes sociais o documentário "Earthlings", narrado por Joaquin Phoenix, para libertar os 13 reféns.

Depois de várias horas a falar com mediadores, e de não menos ameaças à vida dos passageiros sequestrados, e de estar a decorrer uma operação especial, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, decidiu telefonar ao sequestrador, identificado como Maksym Kryvosh, de 44 anos.

Havia exigências pouco claras e foi difícil perceber porque aquilo estava a acontecer. Foi preciso algum tempo para perceber", disse Zelenskiy, citado pela presidência.

E o que ouviu do outro lado da linha, durante uma conversa de cerca de dez minutos, foi tudo menos aquilo que esperava. Só tinha de ir ao Facebook e publicar um pequeno vídeo a recomendar que todos vissem "Earthlings" ("Terráqueos" na tradução literal"), um documentário norte-americano de 2005, narrado pelo ator Joaquin Phoenix, ativista dos direitos dos animais, filmado muitas vezes com câmaras escondidas e que expõe a dependência dos Humanos dos animais, ao nível de comida, roupa, diversão e testes científicos, mostrando como funcionam várias indústrias.

E assim fez.

Todos devem ver o filme de 2005 Earthlings", afirmou Volodymyr Zelenskiy, numa publicação no Facebook.

E, como prometido, o sequestrador libertou de imediato três reféns - uma pessoa ferida, uma grávida e uma criança.

Depois do vídeo ter sido publicado nas redes sociais, os restantes reféns foram libertados em 30/40 minutos", disse Zelenskiy.

O presidente ucraniano afirmou, ainda, que, apesar do pedido insólito, o mais importante durante a negociação com o sequestrador foi garantir a integridade física dos passageiros. 

Não estamos a trabalhar para a popularidade e sim pela vida das pessoas. Esse é o principal valor para mim", defendeu.

Terminado o sequestro, Maksym Kryvosh, com cadastro por fraude e posse de armas, tendo cumprido dez anos de prisão, foi detido, sem mais incidentes registados, como anunciou o ministro da administração interna no Twitter.

"Lutsk. Toda a gente está bem", escreveu, podendo ver-se nas imagens o sequestrador deitado no chão. 

 

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