O Reino Unido decidiu esta quinta-feira remover Portugal da lista vermelha de corredores turísticos, pelo que os cidadãos que se desloquem até àquele país a partir de Portugal já não estão obrigados a fazer quarentena de 14 dias como medida de precaução da pandemia de covid-19. A confirmação foi dada pelo mininstro dos Transportes, Grant Shapps, através do Twitter.
O governante refere que "os dados mostram que podemos incluir Portugal nos corredores turísticos", ainda que tenha avisado que "as coisas podem mudar rapidamente".
Data also shows we can now add Portugal to those countries INCLUDED in Travel Corridors. As with all air bridge countries, please be aware that things can change quickly. Only travel if you are content to unexpectedly 14-day quarantine if required (I speak from experience!)
— Rt Hon Grant Shapps MP (@grantshapps) August 20, 2020
A informação foi também confirmada pela embaixada britânica em Portugal, que acrescenta que esta medida tem efeito "a partir das 04:00 horas de 22 de agosto de 2020". A decisão de excluir Portugal dos corredores turísticos tinha sido divulgada a 3 de julho.
Todos os viajantes que chegam ao Reino Unido, incluindo aqueles de destinos isentos, continuarão a ter de preencher um formulário localizador de passageiros à chegada ao Reino Unido, a não ser que façam parte de um pequeno grupo de isenções", reforça o comunicado.
A nota da embaixada ressalva que as restrições impostas a viagens do Reino Unido para Portugal também foram removidas e têm "efeito imediato".
UK travel advice restrictions to mainland Portugal have been removed with immediate effect. For more information please check our Travel Advice: https://t.co/EOorSyAOMj
— UK in Portugal 🇬🇧🇵🇹 (@ukinportugal) August 20, 2020
Em sentido contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, vão ser retiradas da lista devido ao crescente número de infeções, tal como tinha acontecido anteriormente com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.
Como acontece com todos os países de ponte aérea, esteja ciente de que as coisas podem mudar rapidamente. Viaje apenas se estiver satisfeito com a quarentena inesperada de 14 dias, se necessário”, salientou Grant Shapps, falando por experiência própria, pois teve de ficar 14 dias em isolamento ao voltar de férias em Espanha.
A imprensa britânica tem especulado sobre a possível remoção da Grécia e Suíça da lista dos “países seguros” devido ao aumento do número de infeções naqueles países, mas o anúncio do ministério dos Transportes não mencionou estes países europeus.
Portugal junta-se assim a um grupo reduzido de países que foram adicionadas à lista de “corredores de viagem” com o Reino Unido desde meados de julho, que incluem a Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, o arquipélago de São Vicente e Granadinas, Brunei e Malásia.
O ministro dos Transportes, Grant Shapps, explicou na semana passada que os países com mais de 20 casos por 100 mil habitantes numa média móvel ao longo de sete dias passam a ser considerado de risco, mas que abaixo deste valor são considerados seguros.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, Portugal tem vindo a registar um decréscimo no número de infeções, tendo registado 27,8 casos por 100 mil habitantes nas últimas duas semanas.
O Reino Unido introduziu a necessidade de auto-isolamento por 14 dias a todas as pessoas que cheguem do estrangeiro ao Reino Unido em 08 de junho para evitar a importação de infeções, mas um mês depois isentou cerca de 70 países e territórios, considerados de baixo risco.
A isenção de quarentena é acompanhada com a mudança do conselho do ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) contra as viagens não essenciais para aqueles destinos, importante para efeitos de seguro de viagem.
Portugal, tal como a Suécia e Estados Unidos, esteve sempre fora da lista britânica dos destinos seguros, decisão que o governo português questionou por considerar não ser "baseada nos factos e nos números que são públicos”.
O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado cerca de 20% do total em 2019.
O Reino Unido registou até agora 41.403 mortes, o número mais alto na Europa e o terceiro maior no mundo atrás dos EUA e Brasil.
Em Portugal, morreram 1.788 pessoas das 54.992 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.