Fernando Medina perde Lisboa: "Foi uma derrota pessoal que não é transmissível" - TVI

Fernando Medina perde Lisboa: "Foi uma derrota pessoal que não é transmissível"

No discurso de despedida, fortemente aplaudido, Medina disse que se trata de uma "derrota pessoal" e que não deve ser encarada como um "cartão amarelo, muito menos vermelho" ao Partido Socialista. Costa assume frustração com "derrota inesperada"

O atual presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina vai deixar de o ser e vai dar o lugar a Carlos Moedas. Foi esse o resultado das eleições autárquicas deste domingo.

No discurso de despedida, fortemente aplaudido, Medina disse que se trata de uma "derrota pessoal" e que não deve ser encarada como um "cartão amarelo, muito menos vermelho" ao Partido Socialista (PS).

Esta é uma derrota pessoal, minha, que não é transmissível e por isso não pode ser endossada a mais ninguém a não ser a mim próprio", reconheceu. 

O socialista disse ainda que não lhe faltaram nem meios nem condições para vencer, apenas "incapacidade em conseguir um resultado melhor". Questionado pelos jornalistas sobre as razões que podem ter conduzido a este resultado, respondeu: "eu vi as sondagens que todos viram ao longo da campanha (...) eu tive menos votos, perdi".

O que falhou foi a capacidade em mobilizar os lisboetas e convencer os lisboetas que este era o melhor projeto para prosseguirmos o futuro da cidade de Lisboa e isso a responsabilidade é minha e só minha". 

Fernando Medina felicitou Carlos Moedas pela conquista, dizendo que se trata de uma "pessoal e política" para o candidato da direita. 

É uma indiscutível vitória pessoal e política de Carlos Moedas, a quem já telefonei e expressei as minhas felicitações."

"Foi um privilégio servir esta cidade"

No discurso de derrota, aproveitou ainda para deixar um agradecimento "muito profundo" aos lisboetas. 

Aos lisboetas que me deram o incrível privilégio de ser presidente da nossa cidade e de ao longo de muitos anos desempenhar aqui uma das mais belas funções públicas que alguém pode ter o privilégio de exercer."

 

Foi um privilégio servir esta cidade durante seis anos como seu presidente", acrescentou.

Questionado sobre o futuro político, Medina pediu tempo: "vocês dêem-me um bocadinho mais de tempo, porque o meu futuro político até há poucas horas atrás era ser presidente da câmara municipal de Lisboa, não será mais e por isso não mudo assim de planos com esta rapidez".

A corrida à câmara da capital contou com 12 nomes: Fernando Medina (coligação PS/Livre); Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança); Beatriz Gomes Dias (BE); Manuela Gonzaga (PAN); Bruno Horta Soares (IL); Nuno Graciano (Chega); Tiago Matos Gomes (Volt Portugal); João Ferreira (CDU); João Patrocínio (Ergue-te); Bruno Fialho (PDR); Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!); Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).

Costa assume frustração com "derrota inesperada"

Depois do discurso de Fernando Medina, o secretário-geral do PS, António Costa, assumiu a frustração com a "derrota inesperada" e desejou felicidades ao vencedor, Carlos Moedas.

Em declarações aos jornalistas, no Pátio da Galé, em Lisboa, onde foi cumprimentar Fernando Medina, António Costa considerou que o presidente cessante da Câmara Municipal de Lisboa assumiu "com total dignidade e frontalidade" a sua derrota nas eleições autárquicas de domingo.

António Costa lamentou o resultado obtido pela coligação entre o PS e o partido Livre em Lisboa, observando: "Como toda a gente sabe, foi uma derrota inesperada, não havia nenhum indicador que apontasse para este resultado, mas a democracia é mesmo assim".

No seu entender, "há uma coisa que é clara, foi a vontade dos lisboetas, os lisboetas quiseram mudar".

"Se sinto frustração, claro que sim, é evidente que sim, isso é indiscutível", afirmou o secretário-geral do PS e primeiro-ministro – que presidiu à Câmara Municipal de Lisboa entre 2007 e 2015, quando deixou a governação do executivo autárquico a Fernando Medina, até então seu vice-presidente.

"Como é sabido, tenho uma ligação particular à cidade, não só por viver cá, mas por ter tido a oportunidade de em 2007 ter reconquistado esta câmara para o PS e ter iniciado um ciclo de governação que durou até ao dia de hoje", referiu.

O secretário-geral do PS desejou ao social-democrata Carlos Moedas, que encabeçou uma coligação entre PSD, CDS-PP, Aliança, MPT e PPM, "as maiores felicidades e sucessos na governação desta cidade, que é uma cidade maravilhosa", mostrando-se convicto de que "seguramente fará também o seu melhor para cuidar dela e tratar do seu desenvolvimento e cuidar dos lisboetas".

António Costa remeteu para os analistas a identificação das causas dos resultados em Lisboa e, questionado sobre as suas implicações para o país, retorquiu que a nível nacional "o resultado é muito claro, o PS teve uma vitória claríssima nestas eleições a nível nacional".

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