Líder do CDS acusa Nuno Melo de colocar "circunstâncias pessoais" à frente do país e do partido - TVI

Líder do CDS acusa Nuno Melo de colocar "circunstâncias pessoais" à frente do país e do partido

O presidente do CDS-PP defendeu que a sua direção está legitimada para disputar as eleições legislativas uma vez que o mandato termina em janeiro

O Conselho de Jurisdição do CDS-PP deu razão aos argumentos apresentados por Nuno Melo no pedido de impugnação para a não realização do Conselho Nacional esta sexta-feira. Os conselheiros nacionais decidiram, no entanto, pela continuação da reunião, com cerca de 60% de votos a favor, 38% contra e quatro abstenções.

Numa reação, Francisco Rodrigues dos Santos começou por citar Francisco Sá Carneiro, para dizer que o país está em primeiro lugar e só a seguir vem o partido e as "circunstâncias pessoais de cada um". 

Primeiro Portugal, depois o partido e por fim as circunstâncias pessoais de cada um de nós. Esta é uma frase que ficou célebre na nossa democracia proferida por Francisco Sá Carneiro e que tantas vezes foi citada por ex-líderes do nosso partido e que se adequa na perfeição ao momento político que vivemos", disse aos jornalistas.

O líder do CDS-PP assegurou ainda que, enquanto for presidente do partido, "estará sempre ao lado da solução" e "nunca será um problema para Portugal e para os portugueses". 

Não será pelo CDS que Portugal ficará privado de aceder a fundos comunitários ou de ter um orçamento que obrigue a viver em duodécimos. Nenhuma reforma, nenhum alívio fiscal, nenhuma medida a favor das famílias e das empresas deverá ser adiada por culpa da vida interna de nenhum partido político em Portugal."

'Chicão' criticou os apoiantes de Nuno Melo que se juntaram, na noite de quinta-feira, à porta do Caldas, enquanto decorria a Comissão Política Nacional, de não ajudarem o partido a pagar a dívida de mais de um milhão de euros, herdada pela direção anterior. 

Rodrigues dos Santos diz estar legitimado para ir a eleições

O presidente do CDS-PP defendeu que a sua direção está legitimada para disputar as eleições legislativas uma vez que o mandato termina em janeiro.

Fui eleito presidente do CDS em 26 de janeiro de 2020, e tendo este mandato a duração de dois anos, é óbvio para absolutamente todos os portugueses que tenho total legitimidade política para liderar o nosso partido no próximo ciclo político e para continuar a construir uma alternativa ao governo socialista”, afirmou.

 

A minha legitimidade não advém de nenhum barão nem de nenhum notável do partido. A legitimidade política da minha liderança vem do voto dos militantes que me foi conferido com congresso”, salientou, apontando que a sua direção está “em exercício de funções até final de janeiro”.

Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que a proposta que apresentará ao Conselho Nacional, que está reunido esta sexta-feira, é que o congresso agendado para 27 e 28 de novembro “seja cancelado” e as eleições de delegados, marcadas para domingo, “sejam consideradas sem efeito”.

Questionado sobre qual a razão para propor o cancelamento e não um adiamento da reunião magna do partido, defendeu que, “havendo um novo congresso, deve-se iniciar um processo do princípio porque não há uma data previsível para realizar o próximo”.

Confrontado com a possibilidade de as eleições autárquicas serem em fevereiro, respondeu que “há flexibilidade política e democrática para, quando há acontecimentos de relevo do país, estender-se os mandatos e não provocar eleições internas”, alegando que quando há eleições autárquicas “seis meses antes suspendem-se os atos internos para eleições das concelhias para garantir estabilidade política”.

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