Covid-19: Marcelo admite medidas mais duras para impedir ajuntamentos - TVI

Covid-19: Marcelo admite medidas mais duras para impedir ajuntamentos

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  • SS - atualizada às 19:49
  • 21 jun 2020, 17:58

O Presidente da República foi questionado sobre o que será preciso fazer para sensibilizar os jovens para não adotarem comportamentos de risco, como as recentes festas. Marcelo disse ainda que apoia o que for preciso fazer para “impedir o descontrolo” em Lisboa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou este domingo que esta é a fase de dissuadir e apelar, mas que se for necessário serão tomadas medidas para determinadas localidades ou “mais duras” para impedir ajuntamentos devido à pandemia de Covid-19.

Em declarações aos jornalistas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, antes de assistir ao concerto comemorativo do 28º aniversário da Orquestra Metropolitana de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o que será preciso fazer para sensibilizar os jovens para não adotarem comportamentos de risco, como as recentes festas.

A questão aplica-se aos jovens - eu falei nos jovens porque eles podem ser um bom exemplo -, mas aplica-se a todos. Na medida em que for necessário, se for muito necessário, terá de se aplicar medidas proporcionais ao que é necessário”, respondeu.

De acordo com o Presidente da República, esta é a “fase de tentar apelar e dissuadir”.

“Mas é evidente que se houver casos pontuais, específicos, em que haja necessidade de tomar medidas para determinadas localidades ou áreas de freguesias ou haja necessidade de tomar medidas mais duras em termos de intervenção das autoridades para impedir ajuntamentos e para responsabilizar por ajuntamentos, multiplicam-se as participações ao Ministério Público e as pessoas percebem - os jovens e não jovens - percebem que começam a ter um problema grave em cima dos seus ombros”, avisou.

Na perspetiva de Marcelo Rebelo de Sousa todos percebem que se está a fazer “uma abertura com cuidado, com cautela para não prejudicar a generalidade dos portugueses”.

“Se há minorias, qualquer que seja a idade, que criam problemas à generalidade dos portugueses e não cumprem as regras, terá de se aplicar as regras e o rigor será tanto maior quanto mais for a necessidade de ser rigoroso”, considerou.

Marcelo apoia o que for preciso fazer para “impedir o descontrolo” em Lisboa

Questionado sobre que restrições podem vir a ser implementadas para a região de Lisboa, para impedir o aumento de contágios de Covid-19, o chefe de Estado assegurou que apoiará o que o Governo decidir depois da reunião com os autarcas da região, naquilo “que for necessário fazer para impedir o descontrolo” do desconfinamento.

Esperem pela reunião de amanhã. Amanhã [segunda-feira] há uma reunião envolvendo o senhor primeiro-ministro, que preside, a senhora ministra da Saúde, a senhora diretora-geral da Saúde, os autarcas, eles vão certamente dizer aquilo que se passa e aquilo que entendem que é necessário”, afirmou.

Na perspetiva do chefe de Estado, “se for entendido necessário, as autoridades sanitárias tomarão as medidas adequadas e se for necessário o poder político tomará medidas adequadas”.

Aquilo que o Governo entender na base da posição dos autarcas e, sobretudo, do juízo das autoridades sanitárias que deve ser feito, eu acompanho atentamente e só posso apoiar aquilo que for necessário fazer para impedir o descontrolo de um processo que tem vindo a ser cuidadosamente controlado”, defendeu.

Interrogado sobre se considera importante haver medidas mais restritivas neste momento, Marcelo Rebelo de Sousa foi perentório: “como imaginam o senhor primeiro-ministro e o Governo de um lado e o Presidente da República, nós estamos em contacto permanente”.

“Não há, nesse aspeto, posições diferentes. Onde eu acho que é preciso ser-se mais duro, o primeiro-ministro acha que é preciso ser-se mais duro. O primeiro-ministro acha que se deve ser mais duro, naturalmente eu acho que deve ser mais duro porque nós estamos a falar permanentemente e a avaliar a situação não é dia a dia, não direi quase hora a hora, mas permanentemente”, relatou.

Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, que no sábado garantiu que, se for preciso dar passos atrás no desconfinamento, o fará, mas prefere controlar a situação.

Se realmente as pessoas não correspondem ou se há situações que o justifiquem, aí é preciso tomar medidas que restritivas. Não se pode é comprometer o que é o bem de todos por causa de falta de consciência ou da precipitação de alguns, não é possível”, afirmou.

Sobre a situação de calamidade ser ou não prorrogada, o Presidente da República considerou que “isso é uma decisão que cabe ao Governo” e por isso não se vai pronunciar.

“Como sabe haverá reunião de segunda-feira e depois haverá uma reunião com os epidemiologistas na quarta e, portanto, há tempo para o Governo ponderar isso”, observou.

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