Tiago Mayan: "Têm sido as autarquias a fazer grande parte do esforço no combate à pandemia" - TVI

Tiago Mayan: "Têm sido as autarquias a fazer grande parte do esforço no combate à pandemia"

O candidato liberal entende que o voto antecipado foi "mal preparado", relembrando que pandemia já chegou a Portugal há pelo menos 10 meses, e que deviam ter sido assegurados mais meios a quem vai estar no terreno. Rui Moreira fala em "total irresponsabilidade" na recolha de votos nos lares

Tiago Mayan Gonçalves esteve reunido com Rui Moreira para perceber, ao nível da autarquia, o que é que está ser feito para combater a pandemia de covid-19 e quais as medidas para o dia das eleições presidenciais. 

Falando das medidas de combate à pandemia geral, tornou-se claro hoje que têm sido as autarquias a fazer grande parte do esforço prático de terreno no combate à pandemia". 

Elogiou o presidente da Câmara do Porto por tentar proteger os grupos de risco, com medidas concretas, nomeadamente os idosos. Sobre a possibilidade dos utentes poderem votar nos lares, Mayan Gonçalves disse que "o cenário é 'kafkiano'"

Quem concebe isto por decreto, não entende como as coisas se fazem no terreno". 

Descreveu um cenário em que Rui Moreira só vai saber na segunda-feira quais as pessoas que estarão confinadas e depois, na terça e quarta-feira, ter de ir com uma brigada de 10 a 15 elementos a casa das pessoas, com equipamentos de proteção individual completo, recolher votos, desinfetar-se, ir a outra casa recolher votos e desinfetar-se outra vez.

Entende que o voto antecipado foi "mal preparado" e relembrou que a pandemia já chegou a Portugal há pelo menos 10 meses. 

A total falta de previsão e total impreparação do Governo para perceber este tipo de problemas e para perceber o terreno é um fator de risco para as pessoas e um fator de preocupação". 

O candidato Liberal entende que deviam ter sido assegurados mais meios e mais capacidade a quem vai estar no terreno e criticou o governo central por ter "lavado as mãos" nesta matéria. 

O que eu acabo de descrever está sempre a ser suportado pelas autarquias, o Governo central lavou as mãos deste assunto”.

Relativamente à renovação do nono estado de emergência, Mayan acusou o Governo de ter "falhado em toda a linha". Disse ainda o dia de Natal não foi o problema, mas sim a concentração de pessoas nas compras aos fins de semana.

Rui Moreira fala em "total irresponsabilidade" na recolha de votos nos lares

O presidente da Câmara do Porto apontou o “extremo mau senso” e a “total irresponsabilidade” no processo eleitoral e na recolha de votos nos lares de idoso. Rui Moreira explicou que, só no Porto, há cerca de 80 lares e à volta de 3.500 pessoas.

Desde logo criamos um risco para as pessoas que estão nos lares, que vão ficar muito surpreendidas porque não puderam receber a filha, a neta e o bisneto, mas vão ter lá o presidente da câmara vestido de escafandro para recolher o voto”, salientou.

O autarca tem-se mostrado a favor do adiamento da eleição presidencial, marcada para 24 de janeiro.

Tenho o mandato dos portuenses e tenho o direito de me indignar relativamente a esta matéria e não me venham falar na lei, porque as leis são feitas por nós”, afirmou.

Acrescentou: “Em democracia, nós não estamos na Coreia do Norte, as lei são feitas por nós e se é preciso alterar as leis que alterem, se é preciso alterar a Constituição, já que andaram uma semana para declarar estas novas medidas, suspendam por 24 horas o estado de emergência e alterem a lei”.

Rui Moreira vê com “muita preocupação”, nomeadamente o “confinamento extremamente violento” que vai ser anunciado e ironizou que, daqui a uns dias “nada disto é preciso”, porque “nesse dia as pessoas vão exercer o seu direito de voto”.

Na sua opinião é preciso “criar condições para que as pessoas, em total liberdade e segurança, possam exercer o seu direito de voto, não criando aqui esta divergência entre aquilo que é a política e a vida dos cidadãos”.

Continue a ler esta notícia