O jornal espanhol El País reconheceu, este sábado, o erro publicado na sua edição de sexta-feira, depois de o Governo português ter exigido a correção urgente e pública do título “Portugal ordena o confinamento de três milhões de lisboetas”.
Não é um confinamento tal como se entende em Espanha e como publicou ontem [sexta-feira] este jornal”, afirma o correspondente do jornal espanhol em Lisboa, neste sábado, num artigo com o título “Calamidade, contingência e alerta, mas não confinamento”.
O jornalista conclui o texto a dizer que o confinamento como decorreu em Espanha “nunca existiu em Portugal, nem sequer durante o pico da pandemia, salvo para as pessoas que tenham dado positivo” no teste da Covid-19.
A peça explica que, a partir de 1 de julho, Portugal vai ficar dividido em três zonas segundo a sua situação pandémica e em seguida desenvolve este tema.
Este artigo está no meio de uma reportagem sobre um “Passeio tranquilo por Santa Clara, a freguesia com mais restrições de Lisboa” que tem a “chamada” na primeira-página “Portugal: Passeio por uma Lisboa limitada, mas sem confinar”.
O Governo português tinha contestado, na sexta-feira, como “totalmente falso” o título do El País, segundo o qual Portugal teria ordenado o confinamento de três milhões de lisboetas, pedindo a sua correção urgente e pública.
O diário espanhol tinha na edição de sexta-feira uma chamada na primeira-página para um texto na página 22: “Portugal ordena o confinamento de três milhões de lisboetas”.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) afirmava que o referido título “é totalmente falso” e argumentava que, “pelo contrário”, a decisão do Conselho de Ministros determina que “a grande parte da Área Metropolitana de Lisboa (com a exceção de 19, das 118 freguesias) passou a uma nova fase de desconfinamento”, transitando “da ‘situação de calamidade’ para o ‘situação de contingência’.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros lamenta profundamente que um jornal com o prestígio e a responsabilidade do El País publique uma tal falsidade. E espera que possa fazer a correção devida com a urgência e a publicidade que essa falsidade exige”, lê-se no texto.