O ex-chefe de gabinete do atual ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, é suspeito de usar a sua influência decorrente do cargo para conseguir ajustes diretos, numa empresa em que também era sócio-gerente. O agora ministro já veio dizer que é "totalmente alheio" a este caso.
Desde 2009 que há registo na base dos negócios da empresa EQS Global com o setor público, sobretudo autarquias. Mas o 'boom' dá-se entre os anos de 2015 a 2018, precisamente aqueles em que Nuno Araújo, sócio-gerente da engenharia, qualidade e segurança estava no Governo.
O empresário era ao mesmo tempo chefe de gabinete do então secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, agora ministro das infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
A investigação pretende esclarecer se houve tráfico de influência, corrupção e participação económica em negócios.
LEIA TAMBÉM:
No site base.gov.pt há registo de diversos negócios: 13 desses ajustes diretos dizem respeitos aos anos de 2015 a 2018. Negócios no valor global de 460 mil euros.
De acordo com um comunicado do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), as "diligências, a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária, decorreram, além da empresa EQS Global, em departamentos de contratação pública de diversos municípios, numa empresa pública de gestão de águas e em habitações nas zonas de Penafiel e Guimarães".
As autarquias envolvidas são as de Coimbra, Valongo, Vila Real de Santo António e Gondomar.
Na altura, a empresa era gerida e controlada de facto pelo anterior sócio-gerente que acumulava funções de chefe de gabinete ministerial.
O mesmo usaria a sua influência decorrente do cargo para conseguir a celebração por ajuste direto, tirando benefícios monetários através de outra sociedade comercial, que também controlava.
A TVI contactou a empresa que ainda não reagiu.
Já o ministro das Infraestruturas e da Habitação garante ser "totalmente alheio" aos atos e aguarda "o desenrolar do processo judicial".
O principal suspeito, Nuno Araújo, é o atual presidente da administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.
Em comunicado enviado à TVI, o antigo chefe de gabinete desmente qualquer envolvimento em casos de corrupção e tráfico de influências.
Nuno Araújo explica ter renunciado de imediato à gerência da EQS quando ingressou no Governo e que não participou nem interveio nos contratos que a empresa realizou.