Presidenciais: Marcelo afasta-se da direita de Ventura em debate aceso - TVI

Presidenciais: Marcelo afasta-se da direita de Ventura em debate aceso

Presidente da República e recandidato ao cargo demarcou-se da "direita persecutória" do líder do Chega e candidato presidencial, que o acusou de "estar sempre a apaparicar o Governo"

Marcelo Rebelo de Sousa utilizou o debate com André Ventura para estabelecer uma linha que separa a sua direita, da do candidato do Chega. O Presidente da República recandidato deixou claro que defende uma direita-social, criticou a "demagogia" do adversário e até chamou o Papa Francisco e Sá Carneiro à conversa.

Marcelo Rebelo de Sousa, apoiado por PSD e CDS-PP, e André Ventura, do Chega, divergiram em quase todos os assuntos debatidos: a prisão perpétua, a libertação de presos durante a atual pandemia de covid-19, a oportunidade da visita do chefe de Estado ao Bairro da Jamaica, no Seixal, há dois anos, e a sua atuação na sequência dos fogos de 2017 e também sobre a não recondução da anterior procuradora-geral da República e do anterior presidente do Tribunal de Contas e o sistema político semipresidencial português.

O candidato Marcelo, que até começou por descartar que André Ventura seja uma ameaça à democracia, alegando que a aceitação faz parte da mesma, rapidamente assumiu outra estratégia às investidas do candidato de extrema-direita.

Representamos direitas diferentes. Eu sou de uma direita social (...) e portanto, que tem posições do ponto de vista social que são posições diferentes de uma direita securitária, de uma direita do medo, de uma direita dos que dividem uns dos outros, eu pertenço a outra direita", declarou Marcelo.

Disse ainda que se candidata enquanto Presidente da República e não enquanto líder partidário. 

Marcelo Rebelo de Sousa alegou que o líder do Chega está a usar estas eleições presidenciais como "umas primárias das legislativas", com "várias agendas ao mesmo tempo", acrescentando: "Eu não, eu sou Presidente da República, candidato-me a Presidente da República, ponto final, parágrafo".

Marcelo Rebelo de Sousa disse que é Presidente dos desempregados, dos pobres, dos imigrantes e até dos, eventualmente, condenados por crimes. Criticou ainda a defesa da prisão perpétua, uma das bandeiras de André Ventura. 

"Alguém de direita que esteja bom da cabeça pode votar Marcelo?"

André Ventura não poupou nas críticas a Marcelo Rebelo De Sousa. Mostrando-se desapontado, à direita, com o candidato Marcelo, Ventura veio preparado com fotografias do opositor, em momentos que desaprovou.

Ventura acusa Marcelo de favorecer os bandidos. Para isso, levou a estúdio uma fotografia do Presidente da República no Bairro da Jamaica.

Esta fotografia mostra tudo o que a minha direita não é", destacou o candidato apoiado pelo Chega.

O líder do Chega voltou a mostrar uma fotografia de Marcelo Rebelo de Sousa, desta vez com Manuel Nascimento nos incêndios de Pedrógão Grande.

E foi a questão dos incêndios de 2017 que fez Marcelo perder a paciência com André Ventura, depois de o líder do Chega ter referido que aquele homem consolado por Marcelo na fotografia morreu sem ver a sua casa reconstruída.

O Presidente da República qualificou essas palavras como "pura demagogia" e uma injustiça face à forma como acompanhou a situação dos incêndios, sugerindo que o seu adversário nunca esteve no terreno.

O chefe de Estado queixou-se que André Ventura, quando é recebido em audiência no Palácio de Belém, "usa outro tom, outro discurso, outra conversa, é outro".

A fechar este frente a frente, o líder do Chega reiterou que é defensor de um sistema presidencialista, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que "o Presidencialismo em Portugal iria conduzir à ditadura".

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