Os dois iraquianos ligados ao Estado Islâmico que foram detidos esta quarta-feira pela Polícia Judiciária vão ficar em prisão preventiva. Os dois homens estava a ser monitorizados desde 2017, depois de denúncias relacionadas com atos terroristas no país de origem. O surgimento de novas evidências acabou por levar à detenção.
Os suspeitos tinham pedido asilo a Portugal por razões humanitárias, que negou o pedido porque os homens tinham uma investigação pendente.
De acordo com o advogado Varela de Matos, verificam-se os três pressupostos para a aplicação de prisão preventiva: receio de fuga, perturbação do inquérito e perigo de continuação da atividade criminosa.
Na sequência das denúncias feitas foi pedida ajuda à Organização das Nações Unidas. Os dois irmãos chegaram a Lisboa vindos da Grécia, passando a ser monitorizados pelas autoridades portuguesas desde então.
Os dois iraquianos estavam a viver atualmente escondidos na Grande Lisboa, em situação irregular, e, segundo o comunicado da Polícia Judiciária, são suspeitos da prática de crimes de adesão e apoio a organização terrorista internacional e contra a humanidade.
As provas recolhidas indiciam que estes dois indivíduos assumiram distintas posições na estrutura do ISIS, sendo os mesmos igualmente objeto de investigação por parte das competentes Autoridades Judiciárias iraquianas", pode ler-se no comunicado.
A investigação da Polícia Judiciária e do Ministério Público contou ainda com a colaboração do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras "e, a nível internacional, com a cooperação de autoridades judiciárias iraquianas, através da UNITAD-ONU, cujo apoio permitiu recolher prova indiciária bastante para imputar os referidos crimes àqueles cidadãos".
As detenções e buscas tiveram lugar na região de Lisboa.
Não foram identificados indícios de que tivessem cometido quaisquer crimes desta natureza em território nacional", acrescentou a Polícia Judiciária.