"Estamos numa nova fase da pandemia": mais de 51% das novas infeções em pessoas entre 20 e 49 anos - TVI

"Estamos numa nova fase da pandemia": mais de 51% das novas infeções em pessoas entre 20 e 49 anos

  • Bárbara Cruz
  • Com Lusa
  • 14 set 2020, 14:05

Secretário de Estado da Saúde diz que novos infetados são mais novos e saudáveis. Diretora-geral da Saúde admite que subida do número de casos "não faz prever um aumento da mortalidade"

António Lacerda Sales, o secretário de Estado da Saúde, anunciou esta segunda-feira em conferência de imprensa de balanço da pandemia de covid-19 em Portugal que o país entrou "numa nova fase da pandemia", uma vez que "51% das novas infeções são em pessoas entre os 20 e os 49 anos", explicou o governante. 

Se por um lado se trata de uma boa notícia, porque temos conseguido reservar a saúde dos mais vulneráveis, obriga-nos a uma reflexão coletiva sobre os nossos comportamentos individuais", assinalou Lacerda Sales. Numa  altura em que a mobilidade aumenta devido ao regresso de férias e início do ano escolar, o secretário de Estado sublinhou que "é importante que todos continuemos conscientes do nosso papel na limitação do virus".

Não podemos vacilar neste caminho de contenção", frisou.

Portugal regista no relatório de situação emitido pela DGS esta segunda-feira mais 613 casos de covid-19 e quatro mortes. A letalidade global, revelou o secretário de Estado, está nos 2,9%, e a letalidade em doentes com mais de 70 anos chega aos 14,5%. 

Lacerda Sales revelou ainda que, desde março, foram contratados pelo SNS mais de 4700 profissionais para combater a pandemia e que a testagem continua a ser uma aposta do Governo: dia 11 de setembro foram feitos um recorde de mais de 21.700 testes. 

Falando ainda sobre o adiamento de jogos da II Liga, o secretário de Estado apontou que, numa altura em que há um número crescente de casos, o "futebol não pode dar sinais contrários" e que não cabe às entidades do desporto avaliarem as regras da saúde pública.

Lacerda Machado revelou ainda que os responsáveis pelo Santuário de Fátima vão reunir-se com o Ministério da Saúde “o mais rapidamente possível”, destacando a ”preocupação acrescida” da instituição com os aglomerados de pessoas no recinto.

Já chegou um pedido de reunião ao gabinete por parte da instituição, o que revela bem a preocupação acrescida e com certeza que reuniremos o mais rapidamente possível”, disse António Lacerda Sales.

Já Graça Freitas, referindo-se às áreas mais críticas de incidência do vírus, revelou que são os concelhos na região de Lisboa e Vale do Tejo mas também Guimarães e Vila Nova de Gaia que agora apresentam incidência mais alta do vírus por 100 mil habitantes. 

Questionada sobre se já estamos numa segunda vaga, a diretora-geral da Saúde admite que só daqui a alguns dias ou semanas será possível ter essa resposta, apesar de a tendência para um número crescente de casos se ter mantido nos últimos dias. "É muito difícil essa resposta porque esta é a primeira vez que estamos a viver com este vírus", disse Graça Freitas.

Sobre o cumprimento com o cotovelo, que no início da pandemia foi preconizado como seguro para substituir outras formas de cumprimento de maior proximidade que não evitam o contágio, Graça Freitas disse que é "um cumprimento muito rápido" e "fugaz", um gesto que não parece contribuir para a evolução da pandemia. 

Sobre o padrão dos novos casos em Portugal, que atinge sobretudo "adultos jovens saudáveis", Graça Freitas explicou que o número crescente de casos "não faz prever um aumento da mortalidade" precisamente por causa da idade dos infetados. 

Sobre uma prova de hipismo com público em Esposende, Graça Freitas respondeu: "Confirmei com todos os meus colegas de autoridades de saúde que a prova não pediu nenhum parecer a qualquer autoridade de saúde. Não pediu à DGS, à administração regional do Norte e ao seu departamento de saúde pública, e também não pediu à autoridade de saúde territorialmente competente", afirmou a diretora-geral da Saúde.

Agora, o caso terá de ser visto noutra sede, para se perceber o que se terá passado, porque não era suposto que a prova tivesse público ou, pelo menos, que tivesse sem que as autoridades de saúde fossem consultadas, uma vez que, nas orientações que existem, não está previsto público nas bancadas neste tipo de provas", concluiu.

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