Governo já ativou proteção consular para lusodescendente detido na Venezuela - TVI

Governo já ativou proteção consular para lusodescendente detido na Venezuela

  • SS
  • 30 jan 2019, 11:07
Augusto Santos Silva

Um comerciante lusodescendente foi detido pelas autoridades da Venezuela, no sul do país, que o acusam de estar envolvido em protestos contra o governo do presidente, Nicolás Maduro

Um comerciante lusovenezuelano de 23 anos foi detido pelas autoridades da Venezuela, no sul do país, que o acusam de estar envolvido em protestos contra o governo do presidente, Nicolás Maduro. 

Esta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, adiantou à Rádio Renascença que o Governo já ativou “a proteção consular” para perceber os motivos da detenção e as condições em que está.

Infelizmente, há um lusovenezuelano que foi e está detido e já ativámos toda a proteção consular para saber, junto das autoridades, porque é que foi detido, em que condições está, se tem advogado, se já tem culpa formada, etc."

Segundo o governante, este é o único caso preocupante entre a comunidade portuguesa. Augusto Santos Silva 

A detenção de Sérgio Luís Aguiar Pereira ocorreu ao final do dia 23 de janeiro, no estado de Bolívar, no sul do país.

Nesse dia, o lusovenezuelano foi até ao seu negócio, um pequeno restaurante de hambúrgueres situado na via La Churuata da cidade de Puerto Ordáz, uma zona que foi palco de encontro de manifestantes que contestam o governo. Mas ao chegar a casa, foi intercetado por membros das forças de segurança, que o levaram à força.

O lusovenezuelano está detido na sede local da Direção Geral de Contra-Inteligência Militar (serviços secretos militares).

Membros da comunidade portuguesa disseram à agência Lusa que estão preocupados pela detenção deste comerciante luso-venezuelano e pela possibilidade de outras pessoas, alheias às manifestações, serem detidas e "acusadas injustamente".

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.

A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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