BE questiona Governo sobre campo de tiro aos pratos em Leiria - TVI

BE questiona Governo sobre campo de tiro aos pratos em Leiria

  • MM
  • 24 jul 2019, 19:38
"Alexandra Borges": casas e pessoas atingidas por chumbos de campo de tiro

As queixas dos moradores vizinhos do Clube Desportivo Campos do Lis foram alvo de uma reportagem na rubrica Alexandra Borges

O Bloco de Esquerda (BE) mostrou-se, esta quarta-feira, preocupado com o funcionamento do campo de tiro aos pratos do Clube Desportivo Campos do Lis, em Leiria, que considera estar a afetar a qualidade de vida das populações e do ambiente.

O campo de tiro continua a sua plena atividade, particularmente reforçada aos fins de semana, como se nunca tivesse acontecido qualquer impedimento que tivesse estado na origem de uma qualquer perturbação do seu perfil normal de atividade”, lamenta o BE, numa pergunta endereçada ao ministro da Administração Interna.

O grupo parlamentar refere que a Associação dos Moradores e Amigos da Gândara dos Olivais, de Marrazes, enviou denúncias a várias entidades “com intervenção direta ou indireta na atividade de um campo de tiro aos pratos”, mas que “as respostas foram sempre ineficazes”.

Segundo o BE, “há queixas sobre a poluição sonora a que a população está sujeita todos os dias, havendo dias com quatro campos de tiro a funcionar em simultâneo”.

As queixas aludem a “toneladas de chumbo que são despejados por ano na ribeira dos Marrazes” e ao “ruído ensurdecedor sobre um recinto desportivo que existe no limite de um dos campos de tiro e onde muitas crianças e adolescentes praticam desportos coletivos, sendo por vezes brindadas com resíduos de chumbo que lá vão parar”.

O assunto foi alvo de uma reportagem de investigação na rubrica "Alexandra Borges", transmitida a 16 de julho.

É também referido que algumas residências “exibem marcas de tiros de chumbo nas paredes exteriores” e que resíduos dos pratos “se acumulam especialmente nas margens da ribeira ou estão dissimulados pelo matagal, que entretanto cresceu à frente dos campos de tiro”, acrescenta.

De acordo com o BE, as populações estão ainda preocupadas com o facto de “estar a ser construído um centro escolar mesmo em frente ao campo de tiro, aparentemente com autorização camarária”, e revoltadas com incongruências como a de a lei da caça proibir tiros a menos de 250 metros de casas e o campo de tiro estar a cerca de 100 metros.

Como é possível que não exista qualquer tipo de proteções que obrigue à vedação efetiva dos campos de tiro, quer em termos sonoros, quer em termos de proteção dos espaços circundantes”, ou “como é possível que não tenham sido realizadas medições de ruído à atividade de tiro” são outras questões que geram incredulidade.

A população estranha ainda que “não ocorram fiscalizações regulares, quer por parte da Agência Portuguesa do Ambiente, quer por parte da Câmara Municipal, às condições de funcionamento e de recolha e encaminhamento dos resíduos às entidades certificadas para tal”, acrescenta.

O BE conta que “tudo isto foi quase integralmente testemunhado” numa visita realizada pelo partido ao local, em junho, durante a qual confirmou que as queixas são “plenamente justificadas”.

Por isso, considera “mau demais” nada ter acontecido desde a apresentação das primeiras denúncias, em junho de 2018.

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