Covid-19: "Temos de estar preparados para que os números de Lisboa se mantenham elevados" - TVI

Covid-19: "Temos de estar preparados para que os números de Lisboa se mantenham elevados"

Situação epidemiológica da Região de Lisboa e Vale do Tejo tem representado 70% do número diário de novos casos no país

A ministra da Saúde, Marta Temido, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e o Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, na qualidade de Coordenador da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Cordeiro, estiveram presentes na habitual conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia de Covid-19 no país.

A conferência de imprensa deste domingo focou-se na situação epidemiológica da Região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que tem representado 70% do número diário de novos casos no país.

Marta Temido admitiu que "temos de estar preparados para que estes números se mantenham durante os próximos dias" por três razões: atraso da curva epidémica na região de Lisboa e Vale do Tejo, estratégia de rastreio intensiva na região e casos em idades muito jovens com doença assintomática.

Sobre a estratégia de rastreios em zonas empresariais da LVT, Marta Temido explicou que, tal como outros países, Portugal aplica metodologias mais intensivas quando são encontrados casos em determinados locais.

Assim, a ministra avançou que foco das autoridades de Saúde vai direcionar-se para outra área: o acompanhamento destes casos nos locais onde as pessoas moram e trabalham, complementada pelo apelo às medidas habituais de segurança.

Para além destas medidas, está também prevista a chegada de mais um voo na segunda-feira com material de proteção.

Estamos a preparar uma nova reserva estratégica", anunciou Marta Temido.

Questionada sobre situações de aglomeramento de pessoas, nomeadamente em manifestações no país, Marta Temido começou por admitir que "nós não estamos em estado de emergência. O direito à manifestação existe".

No entanto, a ministra da Saúde apelou aos organizadores das iniciativas que assegurem que as medidas de segurança são cumpridas, "independentemente dos motivos que as determinam".

O Coordenador da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Duarte Cordeiro, avançou que a PSP já efetuou cinco detenções por incumprimento do dever de isolamento obrigatório.

Lares com equipas de saúde familiar “enquanto durar” a pandemia

Aministra da Saúde garantiu  que os lares e residências para idosos serão visitados por equipas de saúde familiar “enquanto durar” a pandemia, mas a inclusão definitiva dessa rotina será avaliada “num momento posterior”.

Marta Temido recordou que, até à data, “estas estruturas não fazem parte da carteira de serviços das equipas de saúde familiar”. Ou seja, a visita dos médicos de família aos idosos institucionalizados “não estava nas rotinas” do sistema.

Não tivemos, até muito recentemente, a presença de equipas de saúde familiar, dos cuidados de saúde primários, no interior destas instituições, para além da intervenção da saúde pública, nas suas visitas de rotina, normalmente de dois em dois anos”, observou.

“Esta foi uma fragilidade que identificámos neste processo e que pretendemos garantir que não sofre um retrocesso”, frisou, justificando a referência, no Programa de Estabilização Económica e Social, “à necessidade de manter o apoio” da saúde familiar aos idosos institucionalizados em estruturas residenciais.

Num momento posterior, teremos que avaliar como é que, com outros mecanismos, designadamente negociação com associações representativas dos trabalhadores, este trabalho adicional é também incorporado”, adiantou.

Situação diferente é a dos idosos internados na rede nacional de cuidados continuados e integrados, que têm, por lei, o apoio de profissionais de saúde.

Reconhecendo que houve “momentos de preocupação” nas estruturas residenciais para idosos, a ministra adiantou que das 300 unidades da rede nacional de cuidados continuados e integrados só 13 têm ainda doentes internados positivos, num total de 26 pessoas, e que não há registo de mortes desde 22 de abril.

Portugal regista este domingo 1.479 mortes relacionadas com a Covid-19, mais cinco do que no sábado, e 34.693 infetados, mais 342, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Dos 342 casos, 255 são na região de Lisboa e Vale do Tejo.

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