DGS: "Vamos ter de monitorizar muito bem o efeito do desconfinamento" - TVI

DGS: "Vamos ter de monitorizar muito bem o efeito do desconfinamento"

Na mesma linha, o secretário de Estado da Saúde disse que mesmo depois do levantamento do estado de emergência, os portugueses têm de continuar a ser agentes de saúde pública

Sobre o aligeiramento das medidas de confinamento a partir da próxima semana, com o levantamento do estado de emergência a dia 2 de maio, Graça Freitas disse que esse processo vai ter de ser “muito bem monitorizado”.

As medidas de confinamento, o estado de emergência, todas as medidas que nós tomamos levaram de facto não só que a onda fosse aplanada, como tenha uma tendência descendente. E, portanto, vamos ter de monitorizar muito bem o efeito do desconfinamento e do levantar de algumas medidas”, afirmou a diretora-geral da Saúde na conferência diária sobre a pandemia de Covid-19 em Portugal.

António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, disse que mesmo depois do levantamento do estado de emergência, os portugueses têm de continuar a ser agentes de saúde pública.

Portugal está em estado de emergência e continuará, depois do levantamento deste estado, a lidar com a emergência da saúde publica”.

 

A pandemia continua e continuará a fazer parte das nossas vidas”, reforçou.

Relativamente à forma como são contabilizadas as mortes por Covid-19, Graça Freitas esclareceu que "93% das mortes ocorreram em meio hospitalar", 4% em lares e as restantes em casa. 

Questionada se as pessoas que morrem em casa ou em lares fazem o teste à Covid-19 e se estes casos estão a ser notificados, afirmou que “em Portugal não é possível ninguém ser enterrado, cremado, sem certificado de óbito, que são dados pelos médicos”.

Portanto, não estamos a deixar escapar ninguém, obviamente estão aqui contempladas as pessoas que morrem em ambiente hospitalar, as pessoas que morrem no seu domicílio e também as pessoas que morrem nos lares”, assinalou.

O número de mortes por Covid-19 em Portugal subiu para 973, segundo dados do boletim desta quarta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o ministério tutelado por Marta Temido, a Linha SNS 24 atende cerca de 7.000 chamadas por dia, com um tempo de espera inferior a  “meio minuto”, e continua a ser a porta de entrada preferencial dos portugueses.

Lacerda Sales disse ainda que o Serviço Nacional de Saúde tem uma capacidade global de 21.500 camas para agudos, "sendo 11 mil de especialidades médicas" e as restantes de especialidades cirúrgicas.

Pessoas sob vigilância das autoridades

Graça Freitas garantiu que a cooperação entre as autoridades de saúde e as forças de segurança "funciona muito bem e de forma exemplar". Alertou, no entanto, que nem todas as pessoas que se encontram em vigilância ativa estão infetadas pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, mas são aconselhadas a permanecer em casa porque estiveram em contacto com pessoas infetadas.

Um esclarecimento que surge depois de ter sido noticiado que a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) tinham listas incompletas, ou com moradas erradas, das pessoas obrigadas ao confinamento.

Violência doméstica

António Lacerda Sales fez um longo apontamento sobre os números da violência doméstica registados em Portugal durante a pandemia e referiu que, desde 19 de março, 308 vítimas já pediram ajuda através das três linhas disponíveis.

Portugal, ao contrário de outros países europeus, não regista um aumento de participações por violência doméstica. A PSP e a GNR registaram um decréscimo das participações em 39% face ao mesmo período do ano passado, o que nos compromete ainda mais na urgência de dar outras respostas”, disse.

Referiu que a violência doméstica continua a ser uma das grandes preocupações do Governo e que “não pode ficar esquecida em tempos de Covid-19”.

Nesse sentido, afirmou que a Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade, em parceria com o Ministério da Saúde, através do INEM, está a desenvolver, desde o início de março, um plano de contingência de prevenção e de combate a este flagelo.

Segundo o secretário de Estado, foi criada uma nova linha de atendimento por SMS, com o número 3060, que desde a entrada em funcionamento, a 27 de março, já recebeu 123 pedidos de apoio.

O governante explicou que esta linha é gratuita e não permite a identificação dos contactos pelo agressor, presta informações, apoia e encaminha as vítimas em caso de elevado perigo, aciona as forças de segurança, para verificação imediata das situações no local.

António Sales frisou que se mantém também ativa a linha telefónica de apoio a vítimas de violência doméstica (800 202 148), bem como um correio eletrónio (email.violencia.covid@sig.gov.pt)

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