Estado de Contingência: "É mais uma questão jurídica, do que saúde pública" - TVI

Estado de Contingência: "É mais uma questão jurídica, do que saúde pública"

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, analisou a situação da pandemia de Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa

Os dados mais recentes aparentam uma estabilização da pandemia de Covid-19 na Região de Lisboa e Vale do Tejo.

No entanto, estes dados pouco mudam a situação nas 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa, que deixam o estado de Calamidade.

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, explica que acaba, assim, por haver uma mudança do ponto de vista jurídico, mas que, na prática, a resposta da saúde pública é praticamente a mesma.

É mais uma questão jurídica, do que saúde pública", defende Ricardo Mexia.

O especialista defende, em declarações à TVI24, que "não é por mudar o ordenamento jurídico que está aplicável, que de repente a situação muda", e remata que as cautelas têm que se manter.

O reforço da capacidade de resposta à Covid-19 em Lisboa, tem um papel importante para a estabilização dos números na região, "tal como a escassez de recursos numa fase anterior teve um papel importante para que a situação se avolumasse até ao ponto a que chegou", diz Ricardo Mexia.

A capacidade de resposta tem de existir onde as situações surjam", alerta o especialista.

Ricardo Mexia destaca que "parece haver que uma estabilização e uma ligeira descida" em relação aos números da Covid-19 na semana passada. No entanto, reforça que os números de segunda-feira são sempre "um bocadinho enviesados" devido à questão de haver menos capacidade ao fim-de-semana.

Vamos aguardar mais dois ou três dias a ver se esta situação se confirma", conclui.

Em relação ao aumento de casos na zona de Vila Franca de Xira e Cascais, Ricardo Mexia sublinha a importância de ir ajustando a resposta à medida que as situações vão surgindo, pois os surtos podem aparecer em qualquer lugar.

Temos de ir ajustando a resposta em função do que vai acontecendo", sublinha.

O Governo admitiu, esta segunda-feira, retirar as 19 freguesias nos concelhos de Lisboa, Amadora, Loures, Odivelas e Sintra do Estado de Calamidade e adiantou que as restrições aplicadas nesta zona, nomeadamente nos horários de funcionamento dos estabelecimentos, irão manter-se.

As 19 freguesias que estão em estado de calamidade são: Santa Clara (Lisboa), as quatro freguesias do município de Odivelas (Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças), as seis freguesias do concelho da Amadora (Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Mina de Água, Venteira e União de Freguesias de Falagueira e Venda Nova), seis freguesias de Sintra (uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro) e duas freguesias de Loures (uniões de freguesias de Sacavém e Prior Velho, e de Camarate, Unhos e Apelação

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