O número de internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos em Portugal continental já corresponde a 72% do valor crítico de 245 camas definido pelo relatório de monitorização das linhas vermelhas, esta sexta-feira divulgado.
O número diário de casos de COVID-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência crescente", afirma o relatório, que denota um crescimento de cerca de 16% face à última análise.
De acordo com a análise semanal dos indicadores, o INSA e a DGS sublinham que a atividade pandémica em Portugal revela uma "elevada intensidade e tendência crescente, disseminada em todo o país e que afeta todas as idades". Atualmente, existe um maior impacto pandémico nas regiões Norte, de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve.
No último mês, o aumento da atividade epidémica, associado ao predomínio crescente da variante Delta, tem condicionado um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos Cuidados Intensivos e nas regiões LVT e Algarve", explica o documento.
O gráfico acima, elaborado pela DGS, representa o número de camas ocupadas em Unidades de Cuidados Intensivos com casos de covid-19 nos hospitais em Portugal, tendo-se registado, a 14 de julho de 2021, 174 doentes internados em UCI. Esta sexta-feira, o número de internados nestas circunstâncias é de 171.
O maior número de casos de internamentos em cuidados intensivos corresponde ao grupo etário dos 40 aos 59 anos (82 casos).
O relatório é apresentado num momento em que o número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 372 casos, "com tendência crescente a nível nacional".
Também o valor do R(t) apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,12) e em todas as regiões de saúde, indicando uma tendência crescente. Esta tendência crescente é mais acentuada nas regiões Norte e Algarve, que apresentam um R(t) de 1,24 e 1,15.
Assume o relatório que o limiar dos 240 casos por 100 mil habitantes já foi ultrapassado a nível nacional e nas regiões Norte, LVT e Algarve.
A manter-se a taxa de crescimento atual, estima-se que o tempo até que as restantes regiões atinjam este limiar seja inferior a 15 dias", alerta o INSA.