Graça Freitas: "Vacinem as crianças para que se evitem outras doenças infeciosas" - TVI

Graça Freitas: "Vacinem as crianças para que se evitem outras doenças infeciosas"

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  • 11 mai 2020, 14:11
Covid-19: Conferência de imprensa da DGS

A Diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e o Secretário de Estado da Saúde marcaram presença na conferência diária da Direção-geral da Saúde

A diretora-geral da Saúde sublinhou, uma vez mais, nesta segunda-feira, a importância da vacinação, sobretudo nas crianças visando minimizar a propagação de outras doenças infeciosas. Graça Freitas apelou a cuidadores, educadores e encarregados de educação para que cumpram o plano de vacinação nos mais novos e agradeceu aos farmacêuticos e enfermeiros que possibilitam a administração de vacinas.

Vacinem as suas crianças para que se evitem outras doenças infeciosas. Queria agradecer à Ordem dos Farmacêuticos e às farmácias portuguesas que incentivam o retomo da vacinação nos moldes em que era feita antes da pandemia. Agradecer ainda aos enfermeiros que continuam a vacinar todas as crianças e adultos", disse Graça Freitas.

Graça Freitas explicou que existem medidas de prevenção e distanciamento preparadas para a reabertura das creches apesar da natureza irrequieta das crianças. A diretora-geral da Saúde explica que é impossível controlar o convívio e as brincadeiras dos mais novos, mas que é possível dividir turmas, implementar regras de afastamento durante as sestas ou colchões pessoais para cada criança de modo a minimizar o risco de contágio.

Relativamente aos doentes recuperados, a responsável explica que há indicações internacionais que comprovam que certos doentes infetados com Covid-19 podem ficar com sequelas depois de recuperados e revelou que vão existir protocolos de acompanhamento destinados a estes casos em Portugal.

Há indicações internacionais de que alguns doentes podem ficar com sequelas. “Portugal não será diferente e vai ter protocolos de acompanhamento destas situações”, garantiu a Diretora-geral da Saúde.

Sobre as oscilações do indicador R0, que mede quantas pessoas um infetado com Covid-19 contagia, Graça Freitas desvaloriza. A Diretora-geral da Saúde lembra que a região com o R0 mais elevado é Lisboa e Vale do Tejo e que mesmo aqui à uma trajetória descendente.

O último boletim indica que o R está a decrescer”, lembrou Graça Freitas.

Para Secretário de Estado da Saúde, uma semana após ter começado o desconfinamento parcial das pessoas “não é tempo ainda de fazer balanços”. António Lacerda Salesentende que continua a existir a necessidade de controlar e aumentar o número de testes de diagnóstico.

O pais está há uma semana em processo de desconfinamento, mas esteo é ainda tempo para balanços. É tempo para continuar este caminho. Esta não é uma corrida curta e rápida, mas sim uma maratona longa, por vezes com obstáculos, que procuramos vencer sempre com decisões sustentadas na melhor evidência científica em cada momento, equilibrando decisões entre as melhores práticas sanitárias e a viabilidade da sua aplicação. Desde dia 1 de março foram realizados 547 mil teste de diagnóstico em Portugal. De 1 a 10 de maio já foram feitos mais testes do que em todo o mês de março, em média, são feitos 1100 testes por dia", explicou o Secretário de Estado da Saúde.

Relativamente ao regresso do futebol profissional, Lacerda Sales explicou que à DGS cabe a função de testar, proteger, tratar e isolar e a Federação Portuguesa de Futebol terá o papel de operacionalizar a retoma da atividade de acordo com as recomendações da autoridade da saúde.

Obviamente, se cada uma das partes fizer bem o seu trabalho, a retoma será bem sucedida como todos queremos e esperamos”, evidenciou António Lacerda Sales.

Portugal vai ter protocolos de acompanhamento dos doentes recuperados

Portugal vai ter protocolos de acompanhamento dos doentes que recuperaram de Covid-19, que numa primeira fase serão seguidos pelos clínicos que os seguiram no hospital e posteriormente pelos médicos de família, anunciou hoje a diretora-geral da Saúde.

Apesar de serem “coisas ainda muito embrionárias”, Graça Freitas afirmou que “Portugal não será diferente de outros países e vai ter protocolos de acompanhamento destas situações”, não só para perceber “o que é que se passa” com os doentes, “como também para contribuir para a ciência e para a evidência a nível mundial”.

Estes protocolos têm de ser muito bem pensados e têm de ser pensados no acompanhamento ao longo do tempo”, disse a diretora-geral da Saúde na conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal.

A diretora-geral da Saúde explicou que estes doentes podem ter dois tipos de seguimento. Um na fase do pós-alta, em que serão acompanhados pelos médicos que os seguiram no hospital, e o outro no regresso à comunidade em que serão acompanhados pelos médicos de Medicina Geral e Familiar, dependendo do nível de sequelas com que ficaram.

Segundo Graça Freitas, há estudos realizados noutros países que indicam que há doentes que ficaram com sequelas da covid-19, sobretudo os que tiveram formas mais graves da doença e necessitaram de cuidados intensivos

“Sequelas a curto prazo já se podem verificar algumas, mas em Portugal terá se ser feito um ou vários estudos, em vários hospitais, pelos médicos com base nos relatórios clínicos e acompanhamento destes doentes” para verificar estas situações.

A diretora-geral da Saúde explicou que “são situações que só se verificam depois de resolvida a situação aguda em que os doentes continuam em acompanhamento pelos seus médicos assistentes”.

De acordo com Graça Freitas, só é possível, a partir de unidades hospitalares e de uma ou várias juntas, analisar os casos que tiveram determinado tipo de gravidade e perceber se os órgãos afetados têm outro tipo de lesões e se podem ser permanentes ou não.

O diretor do Serviço de Infecciologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, António Sarmento, já admitiu avançar com um estudo científico sobre as sequelas que a covid-19 deixou nos doentes recuperados, em colaboração com os centros de saúde.

Teria interesse em termos investigacionais (…) quando as coisas acalmarem, chamarmos ou convocarmos alguns dos doentes, para fazermos um estudo científico e interesse da comunidade, e realmente com meios que o médico não tem no seu centro de saúde, já para avaliar a percentagem de sequelas que existiu e quais foram [essas sequelas)”, afirmou o infeciologista em declarações recentes à agência Lusa.

O médico referiu, todavia, que não pode assegurar que todos os doentes vão ser seguidos no Hospital de São João sejam chamados, até porque a maioria que teve a doença está “bem”.

O estudo dos doentes de “forma sistemática” e com “metodologia científica” seria feito “em “colaboração com os médicos de família e com o hospital”, disse especialista, explicando que as sequelas das doenças geralmente manifestam-se ao fim de semanas ou mesmo meses, explica António Sarmento.

Portugal contabiliza 1.144 mortos associados à pandemia Covid-19 em 27.679 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde.

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