Usar ou não usar máscara? DGS diz que nenhuma medida é "milagrosa" - TVI

Usar ou não usar máscara? DGS diz que nenhuma medida é "milagrosa"

  • Sofia Santana
  • 3 abr 2020, 13:59

A questão da utilização das máscaras como medida preventiva para fazer face à pandemia de Covid-19 tem dividido opiniões e causado polémica. A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, foi questionada sobre o assunto esta sexta-feira

A questão da utilização das máscaras como medida preventiva para fazer face à pandemia de Covid-19 tem dividido opiniões e causado polémica. A Direção-Geral da Saúde não recomenda a utilização de máscaras à população no geral, mas esta posição já foi criticada pelo Conselho de Escolas Médicas. Questionada sobre o assunto, esta sexta-feira, na conferência diária sobre a situação epidemiológica em Portugal, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que o país tem seguido aquilo que são as recomendações internacionais.

Portugal está alinhado com as recomendações da OMS, do Centro Europeu de Controlo de Doenças e com a literatura médica e eu sempre disse que se houver evidências (provas) científicas novas, faríamos de acordo com as mesmas.”

Graça Freitas disse, porém, que mesmo que a utilização de máscara venha a ser recomendada internacionalmente esta não impede o distanciamento social. E sublinhou que "nenhuma medida isolada é uma medida milagrosa".

O que sabemos é que não há uma medida completamente eficaz. Nenhuma medida isolada é a medida milagrosa. Usar máscara, se vier a ser recomendado internacionalmente, não nos vai impedir do distanciamento social."

Estas declarações surgem depois de o presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, Fausto Pinto, ter  defendido que o argumento da ineficácia das máscaras não é verdadeiro e que serve para mascarar a falta de material. 

Isto não é verdade. O que temos é que não há máscaras suficientes e, por isso, arranjou-se um artifício, uma desculpa, dizendo que as máscaras não são eficazes.”

Esta sexta-feira, a DGS alargou a recomendação de uso de máscara cirúrgica a profissionais “fora das instituições de saúde” que lidem com doentes ou suspeitos e aos que prestam “serviços essenciais” à população. 

A medida abrange bombeiros, serviços de “limpeza e lavandaria”, profissionais ou voluntários de lares ou “pessoas institucionalizadas”, apoio “aos sem-abrigo” e funcionários de morgues ou cemitérios.

A DGS fez ainda uma lista de “grupos profissionais, tarefas ou situações em que pode ser aconselhado o uso de máscara cirúrgica”. Aqui estão citados os guardas prisionais, forças de segurança, profissionais de alfândegas, aeroportos e portos e manutenção de ar condicionado; distribuição de bens essenciais ao domicílio; profissionais de limpeza de ruas e recolha de resíduos urbanos e trabalhadores no atendimento ao público, “quando não seja possível a instalação de barreira física”.

O número de mortos por Covid-19 subiu para 246 em Portugal, segundo o boletim da DGS, divulgado esta sexta-feira. São mais 37 mortes e mais 852 casos de infeção, comparativamente com o balanço anterior. Há agora quase 10.000 infetados - são 9.886.

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