Mau tempo: Lar de idosos em Montemor-o-Velho ficou sem telhado - TVI

Mau tempo: Lar de idosos em Montemor-o-Velho ficou sem telhado

  • 14 out 2018, 10:35

Instituição acolhe mais de 40 pessoas. Presidente da Câmara considera situação "muito complicada"

O lar da Casa de Povo da Abrunheira, com mais de 40 idosos, ficou no sábado à noite sem telhado, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, que fala numa situação “muito complicada” no concelho.

A nossa prioridade é desobstruir vias, de forma a conseguirmos chegar a todo o lado para termos noção da realidade, nomeadamente na rede elétrica”, disse.

Emílio Torrão mostrou-se muito preocupado com esta situação e explicou que, como há muitos estragos na rede elétrica, é praticamente certo que se irá sentir falta de água no concelho.

Andámos toda a noite a desobstruir vias e continuamos com essa tarefa. Há muitos danos na sinalética, em postes, em sinais luminosos, na rede elétrica, enfim, em tudo”, explicou, num balanço “muito, muito provisório”.

O pavilhão das Meãs tem danos estruturais muito graves que vão impedir a continuidade do funcionamento daquele espaço e outros pavilhões, como o municipal, em Montemor-o-Velho, ficaram igualmente sem telhado, disse.

Há ainda pelo menos três, quatro famílias, que foram realojadas em casas de familiares. Mas admito que haja mais, até porque pelo menos uma família não quis sair de casa, apesar dos danos”, referiu o autarca.

Desalojados em Condeixa-a-Nova

Já em Condeixa-a-Nova, também no distrito de Coimbra, três famílias ficaram desalojadas no sábado à noite na sequência do furacão Leslie, mas foram entretanto realojadas e estão a ser acompanhadas pelos serviços da Câmara Municipal, disse o presidente da autarquia.

Em declarações à agência Lusa, Nuno Moita explicou que duas destas famílias, acompanhadas pelos serviços sociais da Câmara, foram realojadas em casas de familiares e uma outra na Santa Casa da Misericórdia.

Os telhados levantaram e tornaram inabitáveis aquelas habitações. Há outros casos semelhantes, mas em anexos agrícolas”, disse.

Nuno Moita disse ainda que mais de metade deste concelho do distrito de Coimbra está sem energia elétrica.

Vários equipamentos da Câmara também ficaram danificados e as piscinas municipais, neste momento, estão inutilizáveis”, referiu à Lusa.

Na Praça da República, acrescentou, várias árvores centenárias caíram – “o que dá perfeitamente a imagem da força do furacão” – e, felizmente, não há feridos a registar.

Na Zona Industrial, em Ega e Venda da Luísa, há também registo de prejuízos, sublinhou Nuno Moita.

Balanço do furacão

A tempestade Leslie provocou 27 feridos ligeiros, 61 desalojados e quase 1.900 ocorrências comunicadas à Proteção Civil, de acordo com o balanço mais atualizado desta autoridade.

De acordo com o comandante Rui Laranjeira, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), todos os feridos apresentavam ferimentos ligeiros, ainda que tenham sido transportados a uma unidade de saúde parar receberem tratamento. A ANPC registou ainda três pessoas assistidas no local, que não necessitaram de ser levadas a unidades de saúde.

A tempestade fez ainda 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra, um em Leiria e três em Viseu.

Das 1.890 ocorrências registadas pela ANPC, 1.218 diziam respeito a quedas de árvores e 441 a quedas de estruturas, tendo o vento sido o fenómeno que causou maior número de ocorrências, segundo Rui Laranjeira.

De acordo com o comandante, o distrito de Coimbra foi o mais afetado, seguindo-se os de Aveiro, Leiria e Viseu.

No terreno estiveram 6.373 operacionais e 2.002 meios terrestres.

A maioria das estradas cortadas devido ao mau tempo já foi reaberta, indicou Rui Laranjeiro, destacando-se o IC2, o IP3 e a A1, na região de Coimbra.

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