Covid-19: medidas de contenção serão necessárias até haver vacina - TVI

Covid-19: medidas de contenção serão necessárias até haver vacina

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  • MM - Notícia atualizada às 15:54
  • 12 abr 2020, 15:01

Alerta deixado pela ministra da Saúde, na conferência de imprensa deste domingo

 A ministra da Saúde admitiu este domingo que será necessário manter algumas medidas de contenção e de prevenção até que seja descoberta a vacina para o novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19.

A expectativa de regressar à normalidade vai ter de ser sempre temperada até à descoberta da vacina por medidas de restrição, de contenção e de prevenção que não podemos, tanto quanto sabemos, eliminar por completo”, afirmou Marta Temido.

Na conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia da covid-19, a ministra reconheceu que as previsões relativamente ao futuro são marcadas por uma grande incerteza, mas adiantou que Portugal vai continuar a seguir as recomendações internacionais.

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Referindo-se às declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre a hipótese de limitar o contacto das pessoas mais velhas com o seu entorno, pelo menos, até ao final do ano, a ministra da Saúde afirmou que se, chegada a altura, essa for a recomendação mais adequada, então será seguida pelas autoridades de saúde portuguesas.

É evidente que vivemos num contexto global, aquilo que é a situação de um país europeu influencia os outros e, portanto, estamos longe de ter vencido esta pandemia”, reconheceu Marta Temido, acrescentando que a prioridade é “seguir a cada momento as melhores recomendações e a melhor informação disponível”.

Olhando para a ação do Governo e das autoridades de saúde portuguesas até aqui, a ministra considerou que a preparação para a pandemia foi a adequada, reforçando que neste momento uma das principais preocupações é assegurar que não existem falhas, apesar do contexto de escassez global.

Marta Temido sublinhou ainda que o Governo tem tentado dar uma resposta ponderada que assegure, tanto quanto possível, o equilíbrio entre o valor da vida em sociedade, o valor do funcionamento da economia, sem prejuízos para o valor da saúde pública.

Sabemos que outros países que optaram por visões muito radicais, ou de deixar tudo aberto ou de fechar tudo, não tiveram tão bons resultados e tiveram de fazer pequenas correções”, afirmou, considerando que a vigilância epidemiológica constante e a introdução de medidas corretivas e mitigadoras conforme o contexto atual são a melhor alternativa.

A ministra da Saúde alertou, no entanto, que o pouco conhecimento que ainda existe sobre o novo coronavírus e sobre a doença implica que todas as decisões que tenham sido e que venham a ser tomadas estão associadas a algum nível de risco.

36 mil pessoas em casa com vigilância clínica telefónica

Mais de 36 mil pessoas com covid-19 estão em casa em vigilância clínica e a ser acompanhados telefonicamente por equipas de saúde familiar, e 70 mil profissionais inscritos para fazer gestão clínica através da aplicação Trace covid-19. Os números foram hoje avançados pela ministra da Saúde.

Sublinho, por exemplo, que os doentes que estão em domicílio estão a ser acompanhados telefonicamente e neste momento para se ter uma noção numérica do que falamos, temos cerca de 70 mil profissionais inscritos no Trace covid-19 a fazer gestão clínica com apoio do Trace covid-19 e temos em vigilância clínica por equipas de saúde familiar, ou seja, médicos e enfermeiros de cuidados de saúde primários, mais de 36 mil utentes”, disse a ministra.

Sobre a linha SNS24, Marta Temido disse que o atendimento “retomou a relativa normalidade”, com o número de chamadas no sábado a superar as 12 mil, das quais mais de 11 mil foram atendidas, “com a generalidade dos utentes a serem atendidos em 28 segundos”.

Já a linha de aconselhamento psicológico recebeu no sábado 236 chamadas, adiantou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 109 mil mortos e infetou quase 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 504 mortos, mais 34 do que no sábado (+7,2%), e 16.585 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 598 em relação a sexta-feira (+3,7%).

Dos infetados, 1.177 estão internados, 228 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.

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