"Luanda Leaks": PGR de Portugal e Angola reúnem-se em Lisboa - TVI

"Luanda Leaks": PGR de Portugal e Angola reúnem-se em Lisboa

  • AG
  • 22 jan 2020, 20:20

Hélder Pitta Grós desloca-se a Lisboa para falar com Lucília Gago

O procurador-geral da república de Angola vem esta quinta-feira a Portugal para se encontrar a sua homóloga portuguesa. Ao que a TVI24 apurou, Hélder Pitta Grós e Lucília Gago encontram-se às 15:00 na Procuradoria-Geral da República, em Lisboa.

Em cima da mesa estará a investigação angolana à empresária Isabel dos Santos, que foi constituída arguida no país, por alegada má gestão e desvio de fundos durante a passagem pela petrolífera estatal Sonangol.

Helder Pitta Grós afirmou que o processo de inquérito aberto na sequência de uma denúncia do presidente do conselho de administração da petrolífera, Carlos Saturnino, já foi transformado em processo-crime e algumas pessoas foram constituídas arguidas: a empresária e filha do ex-Presidente angolano Isabel dos Santos; Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol: Mário Leite da Silva, gestor de Isabel dos Santos e presidente do Conselho de Administração do BFA; Paula Oliveira, amiga de Isabel dos Santos e administradora da NOS e Nuno Ribeiro da Cunha.

Segundo o PGR, todos se encontram fora de Angola e, numa primeira fase, serão notificados sobre a sua condição de arguido.

Neste momento, a preocupação é notificar e fazer com que venham voluntariamente à justiça", disse o procurador-geral, adiantando que se não conseguir este objetivo a PGR irá recorrer aos instrumentos legais ao seu dispor, entre os quais a emissão de mandados de captura internacionais.

O inquérito à gestão de Isabel dos Santos na Sonangol, entre junho de 2016 e novembro de 2017, foi aberto depois de o seu sucessor, Carlos Saturnino, levantar suspeitas sobre "transferências monetárias irregulares ordenadas pela anterior administração da Sonangol e outros procedimentos incorretos".

Um Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de "Luanda Leaks", que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

 

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