"É inconcebível que um agente de autoridade ganhe apenas mais 100 euros do que o ordenado mínimo" - TVI

"É inconcebível que um agente de autoridade ganhe apenas mais 100 euros do que o ordenado mínimo"

  • RL
  • 19 nov 2019, 18:27

O salário bruto para quem entra na GNR ou na PSP é de 789 euros. “Um valor inconcebível” para as duas estruturas representativas das duas forças de segurança, que marcaram uma manifestação nacional para quinta-feira, em Lisboa.

O salário bruto para quem entra na GNR ou na PSP é de 789 euros, “um valor inconcebível” para as duas estruturas representativas das duas forças de segurança e que marcaram uma manifestação nacional para quinta-feira, em Lisboa.

“É inconcebível que um agente de autoridade ganhe apenas mais 100 euros do que o ordenado mínimo nacional. Além de ser muito baixo é injusto tendo em conta o risco, a complexidade da missão e a responsabilidade”, consideram a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e a Associação Profissionais da Guarda (APG/GNR), que marcaram o protesto sob o lema “tolerância zero”.

Dados fornecidos pela ASPP à agência Lusa indicam que o ordenado médio de um polícia, com 25 anos de profissão, é cerca de 1.250 euros líquidos e, se tiver 10 anos de profissão, é de 890 euros. Em França, por exemplo, o início da carreira começa nos 1.309 euros e, na Polónia, o primeiro ordenado de um polícia é de cerca de 1.150 euros, havendo promoções a cada seis anos.

No caso da GNR, um guarda entra para a corporação a receber também 798 euros e, se passar a guarda principal, aufere 995 euros.

Na carreira de sargentos, um furriel começa por receber 1.150 euros e na de oficiais um alferes tem um ordenado de 1.355 euros e um tenente-general começa a progressão nos 3.982 euros.

Todas estas as categorias têm, como noutros carreiras, escalões de progressão.

“Nunca, como hoje, houve tanta desmotivação, revolta e instabilidade dentro da polícia e da GNR. A desvalorização e até o menosprezo por parte dos governos em relação aos problemas dos polícias criaram este clima interno. Cada vez exigem mais horas de trabalho, cada vez mais direitos cortados em prol do serviço, com cada vez menos condições e compensações por estas exigências”, dizem as estruturas.

Entre as reivindicações, que motivaram o protesto, e além dos aumentos salariais, está também a atualização dos suplementos remuneratórios, que “há mais de 10 anos que não são revistos”, o pagamento de um subsídio de risco e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.

Os polícias exigem também uma fiscalização das condições de higiene, saúde e segurança no trabalho e que seja cumprido o estatuto na parte referente à pré-aposentação aos 55 anos.

A concentração dos manifestantes está prevista para as 13:00 de quinta-feira no Marquês do Pombal, seguindo-se um desfile até ao parlamento, contando a ASPP e a APG com apoio de outras estruturas sindicais e associativas e o autodenominado "Movimento Zero".

As associações esperam que seja a maior manifestação conjunta das forças de segurança e que corra de forma pacífica e ordeira.

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