União Europeia aprova utilização do medicamento Remdesivir para tratamento da Covid-19 - TVI

União Europeia aprova utilização do medicamento Remdesivir para tratamento da Covid-19

  • Henrique Magalhães Claudino
  • Com Lusa
  • 3 jul 2020, 12:24
Remdesivir

É o primeiro medicamento com luz verde ao nível da União Europeia para tratamento da Covid-19

A utilização do medicamento Remdesivir para tratar doentes infetados com o novo coronavírus foi autorizada por Bruxelas, tornando-se o primeiro medicamento com luz verde ao nível da União Europeia para tratamento da Covid-19.

A decisão vem depois de, na semana passada, a Agência Europeia do Medicamento ter enviado à União Europeia a recomendação da utilização do fármaco, pedindo uma aprovação ao tratamento para combater o vírus criado pela  empresa de biofarmacologia norte-americana Gilead Sciences.

A Agência aprovou o recurso a este medicamento para o tratamento da Covid-19 em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos com pneumonia e que requerem oxigénio suplementar, e que em Portugal já tem sido utilizado em doentes graves.

Apontando que “a proteção da saúde pública é uma prioridade fundamental da Comissão”, Bruxelas indica que, “como tal, os dados sobre o Remdesivir foram avaliados num período de tempo excecionalmente curto”, o que permitiu que a autorização fosse concedida rapidamente no contexto da crise do coronavírus, “no prazo de uma semana após a recomendação da EMA, em comparação com os habituais 67 dias”.

A autorização de hoje de um primeiro medicamento para tratar a Covid-19 é um importante passo em frente na luta contra este vírus. Estamos a conceder esta autorização menos de um mês após o pedido ter sido apresentado, mostrando claramente a determinação da UE em responder rapidamente sempre que novos tratamentos se tornem disponíveis. Não deixaremos pedra sobre pedra nos nossos esforços para assegurar tratamentos ou vacinas eficazes contra o coronavírus”, comentou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Um dia após a recomendação da Agência Europeia do Medicamento, o Governo português disse esperar que a Comissão Europeia autorizasse já esta semana a utilização do Remdesivir para casos de Covid-19, como veio a suceder, tendo a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, indicado na ocasião que os hospitais ativaram o programa de acesso precoce e têm usado o Remdesivir “para doentes graves”.

Na passada quarta-feira, o Infarmed assegurou que Portugal tem 'stock' disponível e reserva para uso imediato do medicamento Remdesivir e que o laboratório não antecipa constrangimentos no seu acesso aos doentes portugueses.

Podemos informar que existe 'stock' disponível do medicamento Remdesivir, de acordo com as alocações que têm vindo a ser feitas ao nosso país, constituindo uma primeira reserva que garante o acesso imediato o medicamento”, destacou, em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

O Infarmed revelou ainda que, após contacto com o laboratório titular do medicamento Remdesivir, este confirmou que “antecipa que não venha a existir qualquer constrangimento no acesso ao tratamento por parte dos doentes portugueses, tendo a garantia de acompanhamento conjunto da situação”.

Na mesma nota, o Infarmed esclareceu que este medicamento “esteve sempre disponível em Portugal, mesmo antes de ter a referida autorização condicional, através de pedidos de Autorização de Utilização Excecional, assim os médicos assistentes o entendessem”.

Também na quarta-feira, a Comissão Europeia indicou que está a negociar com a empresa produtora a compra e reserva do medicamento Remdesivir, depois das notícias de que os Estados Unidos compraram à empresa Gilead Sciences praticamente toda a reserva para três meses do medicamento, o primeiro aprovado também naquele país para o tratamento de Covid-19.

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