A Apple corrigiu, na segunda-feira, uma falha de segurança, que deixava os iPhones e outros dispositivos vulneráveis a hackers. O erro foi detetado depois de o telemóvel de um ativista saudita ter sido hackeado via iMessage, o sistema de mensagens da Apple.
Os investigadores do Citizen Lab, no Canadá, acreditam que o iPhone foi espionado através do software Pegasus, desenvolvido pela empresa israelita NSO Group.
Não estamos necessariamente a atribuir este ataque ao governo saudita", afirmou o investigador Bill Marczak, citado pela Associated Press.
O Grupo NSO não comentou o sucedido, no entanto afirmou estar a dar ferramentas para combater o “terror e o crime”.
Ataques como os descritos são altamente sofisticados, custam milhões de dólares para serem desenvolvidos, geralmente têm uma vida útil curta e são utilizados para atingir indivíduos específicos", explicou Ivan Krstić, chefe da Engenharia e Arquitetura de Segurança da Apple, em um comunicado.
Ainda que os especialistas defendam que os utilizadores não se precisam de preocupar, a recente descoberta alarmo-os.
Esta foi a primeira vez que um ataque "clique-zero” - não exige que os usuários cliquem em links ou abram arquivos infetados - foi detetado e analisado pelos investigadores.
O Citizen Lab já tinha encontrado evidências desta forma de hackear em telemóveis de jornalistas da Al-Jazeera e outros alvos.
Em 2019, também foi descoberta uma falha de segurança deste género no WhatsApp.
Em julho desde ano, o software Pegasus esteve no centro da polémica. Os números de telefone de pelo menos 180 jornalistas, 600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 líderes empresariais, foram pirateados.
O telemóvel do presidente francês, Emmanuel Macron, era um dos alvos de espionagem, uma revelação feita pelo jornal Le Monde, que cita a investigação do website Forbidden Stories.