"Acho que qualquer pessoa que tenha algum espaço público deve expressar a sua opinião e apelar a algum bom senso. Acho que isso está a faltar". Ela própria já recorreu às redes sociais para fazer apelos nesse sentido.
A artista lamenta que os brasileiros estejam "numa espécie de encruzilhada", numa "quase guerra anti-petista e anti-fascista". Sem nunca nomear os candidatos, Joana de Verona é clara relativamente àquilo que, no seu entender, não é admissível num político.
À falta de um candidato mais moderado, mais central, é muito extremada esta situação. Seja por os brasileiros estarem sem esperança, seja por estarem cansados de um antigo governo que fez imensas coisas boas, mas também errou, também fez coisas más... O novo candidato acaba por pegar nas falhas do antigo governo e manifestar-se de encontro com aquilo que o povo, as pessoas, querem. A verdade é que o discurso dele é extremamente radical e não me parece que fomente nada de positivo, na medida em que encoraja nas pessoas um sentimento de ódio, de discriminação, de desigualdade, de violência e, de facto, não me parece uma boa escolha".
A classe artística brasileira tem-se manifestado muito nas redes sociais, sobretudo depois da primeira volta. Há uma guerra de argumentos entre atores que começou com o apoio de Regina Duarte a Bolsonaro e as críticas de José de Abreu e outras personalidades relativamente à posição daquela atriz. Sobre isto, Joana de Verona realça que "as pessoas têm opiniões diferentes, é importante respeitar-se a opinião, perceber-se as diferentes opiniões e dialogar-se nesse sentido".
Ao mesmo tempo, constata que "é óbvio que se alguém toma uma posição de apoiar um candidato que é tão extremista e tão radical, é normal que haja réplicas noutras pessoas que são contra esse candidato e que venham ripostar.".
Todos poderão sofrer as consequências de uma vitória de Jair Bolsonaro: "Independentemente de ser classe artística ou não, as perspetivas serão sempre negativas [com esta] possibilidade".