O Senado rejeitou com uma maioria esmagadora a objeção de alguns senadores republicanos à vitória do presidente eleito, Joe Biden, no estado do Arizona.
A objeção aos resultados no Arizona - liderada pelos senadores Paul Gosar e Ted Cruz - foi rejeitada por 93-6 na noite de quarta-feira.
Todos os votos a favor foram republicanos, mas depois da violenta manifestação, do cerco e da invasão do Capitólio, vários senadores do Partido Republicano que planeavam apoiar a objeção inverteram o sentido de voto.
Os republicanos levantaram a objeção com base em falsas alegações do presidente cessante, Donald Trump, repetidamente rejeitadas nos tribunais e pelos funcionários eleitorais.
Pouco depois, a Câmara dos Representantes chumbou igualmente a objeção à vitória do presidente eleito no Arizona, juntando-se ao Senado na defesa dos resultados das eleições realizadas naquele estado.
Apenas os republicanos votaram a favor da objeção, mas perderam (303-121).
Antes, a líder da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, defendeu que a certificação do Congresso da vitória eleitoral de Joe Biden iria mostrar ao mundo a verdadeira face do país.
Apesar das ações vergonhosas de hoje, ainda a faremos [a votação], faremos parte de uma história que mostra ao mundo daquilo que a América é feita."
Pelosi, católica romana, observou que na quarta-feira é a festa da Epifania e rezou para que a violência fosse "uma epifania para curar" o país.
As reações ao ataque no Capitólio foram quase imediatas. O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama considerou que os episódios de violência são "uma vergonha", mas não "uma surpresa", dado a atitude de Donald Trump e dos republicanos.
O antigo presidente norte-americano Bill Clinton também denunciou um "ataque sem precedentes" contra as instituições do país "alimentado por mais de quatro anos de política envenenada".
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos ocorridos no Capitólio foram “um ataque sem precedentes à democracia” do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.
Pouco depois, Trump pediu aos seus apoiantes e manifestantes que invadiram o Capitólio para irem “para casa pacificamente”, mas repetindo a mensagem de que as eleições presidenciais foram fraudulentas.
O governo português condenou os incidentes, à semelhança da Comissão Europeia, do secretário-geral da NATO e dos governos de vários outros países.
Apoiantes do presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida devido aos distúrbios provocados pelos manifestantes pró-Trump no Capitólio, e as autoridades de Washington decretaram o recolher obrigatório entre as 18:00 e as 06:00 locais (entre as 23:00 e as 11:00 em Lisboa).
O debate no Senado foi retomado pelas 20:00 (01:00 de hoje em Lisboa).
A polícia usou armas de fogo para proteger congressistas e há registo de quatro mortos e 14 agentes feridos, dois com gravidade.
Quatro horas após o início dos incidentes, as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.