"Pandemia está a acelerar. É desolador", alerta OMS - TVI

"Pandemia está a acelerar. É desolador", alerta OMS

  • CM
  • 23 mar 2020, 16:27

Organização Mundial da Saúde avisa também que é preciso dar prioridade aos profissionais de saúde, para que possam trabalhar sem adoecer e continuar a salvar vidas

"A pandemia está a acelerar. É desolador", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira.

Em conferência de imprensa online, a partir de Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, sublinhou que os infetados são, agora, "mais de 300.000 em quase todo o mundo", registando-se, ainda, mais de 15.000 mortos.

Não estamos prisioneiros de estatísticas, podemos mudar a trajetória desta pandemia. Os números importam, porque não são apenas números, são pessoas, cujas vidas e famílias foram viradas do avesso."

O distanciamento social e a quarentena voluntária são, segundo Tedros, medidas defensivas que podem ajudar a combater a pandemia de Covid-19, mas são insuficientes e incapazes de derrubar o novo coronavírus.

O que mais importa é o que fazemos. Não podemos ganhar um jogo de futebol apenas a defender, temos de atacar também. Pedir às pessoas para ficar em casa e outras medidas restritivas são importantes para ganhar tempo, mas são medidas defensivas que não nos vão ajudar a vencer. Para vencer precisamos de atacar o vírus com agressividade."

E a OMS explicou como, aliás, é algo que defende desde o primeiro momento.

"É precisar encontrar todos os doentes, tratá-los e vigiar todos aqueles com quem tiveram contacto", indicou.

Uma mensagem que foi sublinhada pelo vice-presidente da organização, em entrevista à BBC no domingo.

Também muito importante para a OMS é dar prioridade aos profissionais de saúde, de modo a que possam trabalhar sem adoecer, defendeu o diretor-geral.

Muitas pessoas podem morrer porque os profissionais de saúde que as poderiam salvar estão doentes", avisou.

Tedros admitiu que a falta de equipamento é uma das causas para haver tantos médicos e enfermeiros infetados, motivo pelo qual vai pedir aos líderes do G20 (as 20 maiores economias do mundo) para "trabalharem juntos" na produção e distribuição de meios de proteção.

O que lhes peço é solidariedade”, disse.

Tedros alertou, também, para o uso de medicamentos cuja eficácia contra a Covid-19 não foi testada e que podem criar falsas esperanças, como acontece no Brasil, que vai aumentar a produção de cloroquina, usada normalmente para tratar a malária.

"Expulsar o coronavírus"

Na conferência de imprensa participou o presidente da FIFA, Gianni Infantino, no âmbito da apresentação de uma campanha para "expulsar o coronavírus".

A campanha junta jogadores de futebol de todo o mundo que, a partir de casa, fazem apelos e deixam conselhos para fazer face à doença.

Nomes como Leonel Messi, Radamel Falcão ou Xavi Hernández fazem parte do vídeo que vai ser divulgado em breve.

“O futebol significa muito para milhares de milhões de pessoas em todo o mundo e é óbvio que temos que mostrar liderança e solidariedade nestes dias difíceis”, disse o presidente da FIFA, salientando que a saúde é o mais importante e que a humanidade tem de ser forte, seguir as orientações dos profissionais de saúde e das autoridades, e depois começar a reconstrução.

O coronavírus mostrou como a humanidade "é vulnerável", e também globalizada, considerou, ainda, Infantino.

Alisson Becker, jogador brasileiro do Liverpool, entrou em direto para dizer que os jogadores de futebol estão habituados a trabalhar em equipa e que não é fácil agora ficar em casa, ainda que entenda que é necessário. Agora, disse, é o momento de dar prioridade à solidariedade e de pensar nos outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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