O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu adiar em duas semanas o aumento das tarifas aplicadas a produtos chineses, num gesto que o próprio classifica de "boa vontade". As tarifas devem passar de 25% para 30% no próximo dia 15 de outubro.
Donald Trump afirma que terá sido o governo chinês, através do vice-presidente, Liu He, a pedir este adiamento, por razão das comemorações do 70º aniversário da República Popular da China.
As tarifas que os Estados Unidos vão aplicar à China incidem sobre um valor comercial de 250 mil mihões de dólares, cerca de 226 mil milhões de euros.
....on October 1st, we have agreed, as a gesture of good will, to move the increased Tariffs on 250 Billion Dollars worth of goods (25% to 30%), from October 1st to October 15th.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 11, 2019
Donald Trump já tinha anunciado, durante a cimeira do G7, que as negociações entre os Estados Unidos e a China iam ser retomadas "muito em breve".
Uma das empresas mais afetadas pela guerra comercial entre os dois países foi a Huawei, nomeadamente devido à procura por chegar primeiro à tecnologia das redes 5G. Apesar de ter sido impedida de utilizar os serviços da Google, a empresa chinesa não baixou os braços. O fundador da Huawei chegou mesmo a dizer que a sua empresa foi subestimada pelos Estados Unidos.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China começou por volta de 18 de março, quando Donald Trump anunciou uma subida das tarifas sobre os produtos chineses. Desde então, o conflito tem escalado com respostas de ambas as partes.
No entanto, Pequim vai manter taxas alfandegárias de até 25% sobre a soja e outros produtos agrícolas oriundos dos Estados Unidos.
A aplicação de taxas sobre produtos agrícolas, e a soja em particular, é uma forma de Pequim penalizar diretamente Donald Trump, já que é na América rural que estão concentrados muitos dos seus eleitores.
No cerne da guerra comercial está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Os Estados Unidos consideraram que aquele plano, impulsionado pelo estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.