O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes terá sido informado do memorando sobre a recuperação das armas roubadas em Tancos, mas não terá percebido que havia um encobrimento dos culpados. Esta versão sobre o caso do furto de Tancos é avançada na edição deste sábado do semanário Expresso.
O jornal indica que o antigo governante tomou conhecimento, mas desvalorizou o documento.
O memorando, que descrevia parte da operação clandestina da Policia Judiciária Militar, foi entregue no seu gabinete há um ano pelo então diretor desta força, o coronel Luís Vieira, que é um dos detidos no âmbito do caso de Tancos.
Porém, o ex-ministro garantiu nada saber da encenação e encobrimento dos culpados.
O memorando, lembra o Expresso, atribui a descoberta das armas a um informador da PJ Militar mas não explicita que o mesmo participou no roubo. Explica, no entanto, que a recuperação do material foi feita às escondidas da PJ civil, que liderava a investigação deste caso.
O furto do armamento dos paióis de Tancos foi noticiado a 29 de junho de 2017, e, quatro meses depois, foi recuperada parte das armas.
Em setembro, a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da Polícia Judiciária Militar e da GNR.
Na mesma altura, foi noticiada uma operação de encenação e encobrimento na operação, alegadamente organizada por elementos da Polícia Judiciária Militar, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
A 12 de outubro, Azeredo Lopes demitiu-se e foi substituído por João Gomes Cravinho.
O general Rovisco Duarte também se demitiu, tendo sido já substituído pelo general José Nunes da Fonseca.