Mais de 90 mil assinaram petição por causa de animais em Santo Tirso - TVI

Mais de 90 mil assinaram petição por causa de animais em Santo Tirso

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  • CE - Notícia atualizada às 23:21
  • 19 jul 2020, 18:41

A petição online afirma que os agentes da GNR e a proprietária do terreno, situado na Serra da Agrela, em Santo Tirso, “impediram o salvamento dos animais, negando auxílio enquanto ainda se podiam salvar”

Uma petição a pedir “justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil cantinho 4 patas em Santo Tirso”, consumido pelas chamas durante a madrugada deste domingo, reuniu já mais de 90.000 assinaturas.

A petição online afirma que os agentes da GNR e a proprietária do terreno, situado na Serra da Agrela, em Santo Tirso, “impediram o salvamento dos animais, negando auxílio enquanto ainda se podiam salvar”, adiantando que viviam no canil cerca de 150 animais de companhia.

Esta situação não pode ficar impune”, afirma o texto, que gerou já dezenas de comentários de indignação, pedindo que “tanto a GNR como a proprietária venham a ser julgados em tribunal e punidos, pelos crimes de maus tratos aos animais de companhia, negligência, e falta de auxílio quando o poderiam ter feito”.

A GNR esclareceu este domingp que a morte de animais no incêndio em Santo Tirso não se deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.

É importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar", explica a GNR, em comunicado.

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O PAN alertou este domingo que o incêndio de grandes proporções em Santo Tirso, no distrito do Porto, atingiu dois abrigos de animais e refere que "dezenas de animais já morreram carbonizados", apelando a mudanças na legislação.

A GNR afirma no comunicado que, na sequência do incêndio que se iniciou no sábado, numa zona florestal da freguesia de Sobrado, concelho de Valongo, e que se propagou para a freguesia de Agrela, no concelho de Santo Tirso, "foi consumido parte de um terreno, no qual se encontravam diversas instalações com cães".

Animal quer apuramento de responsabilidades

A associação Animal solicitou este domingo ao Governo e ao Parlamento que sejam apuradas responsabilidades.

A organização adianta, num comunicado, que “depois do sucedido na madrugada passada, em que vários animais acabaram por morrer queimados num suposto abrigo de proteção de animais na zona de Santo Tirso”, enviou este domingo uma missiva ao Governo e ao Parlamento a esse respeito e a disponibilizar-se para dar formação aos agentes da autoridade nesta matéria.

O que se passou a noite passada é absolutamente inadmissível e o comunicado que a GNR fez hoje a respeito é vergonhoso. Perderam-se vidas, que seguramente agonizaram terrivelmente enquanto a morte chegava, em nome da propriedade privada”, afirmam.

A organização sublinha que se “rege por princípios pacíficos e legais”, mas que sabe “em casos extremos há formas de se conseguir entrar nos locais e salvar vidas, ao abrigo da lei”.

É lamentável que as autoridades não o saibam, não queiram saber, e, pior, faltem com a verdade. Falo de autoridades policiais, mas a autoridade veterinária concelhia foi igualmente negligente, o que, infelizmente, não é incomum”, argumentam.

A presidente da Animal, Rita Silva, refere que o que pede ao Governo, na pessoa do primeiro-ministro, com conhecimento aos ministérios da Administração Interna e da Agricultura, bem como aos membros do parlamento, “é que se apurem responsabilidades e tudo se faça para que uma desgraça assim não se repita”.

Mais informamos que voltámos a oferecer os nossos préstimos ao Governo, querendo fazer parte da solução, apresentando um plano de formação e sensibilização para as autoridades, não só para casos de catástrofe, onde contaremos com a colaboração da ONG colega SOS Animal, mas também e essencialmente no trabalho diário de aplicação da legislação vigente no que concerne a maus tratos, omissão de cuidados e negligência contra animais. Estamos em 2020 e as respostas continuam a ser miseráveis”, acrescenta.

 

É raro o dia em que não temos problemas com as autoridades por se recusarem a fazer cumprir a lei, responderem-nos mal ou nem sequer responderem. As exceções são valorosas, mas infelizmente são isso mesmo, exceções”, afirma a dirigente.

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