Português retido em Wuhan contou à TVI o medo e os desafios vividos na cidade - TVI

Português retido em Wuhan contou à TVI o medo e os desafios vividos na cidade

A TVI falou com um grupo de portugueses que faz parte da equipa técnica do clube Hubei Chufeng Heli, da segunda liga chinesa, e que se encontra retido na cidade de Wuhan. Luís Estanislau, treinador adjunto do clube, contou-nos quais as principais dificuldades e desafios da população

No epicentro da zona de contágio do coronavírus vive uma equipa técnica de futebol constituída por portugueses. Chegaram a Wuhan há dois dias e já não têm autorização para sair.

A TVI falou com Luís Estanislau, treinador adjunto do clube de futebol Hubei Chufeng Heli, da segunda liga chinesa, que nos relatou os momentos de pânico vividos pela população. 

No dia em que a cidade proibiu a entrada e saída de pessoas, houve um grupo de portugueses que foi apanhado de surpresa. Luís está em Wuhan com mais três portugueses que fazem parte da equipa técnica do clube.

Depois de um período de estágio no sul da China, onde foram acompanhando as primeira notícias sobre o surto do coronavírus, quando regressaram depararam-se com um cenário muito diferente.

Aquela cidade com 11 milhões de pessoas, com muita gente, muita confusão, muito barulho, já não era assim. De facto, as pessoas sentem uma preocupação enorme", contou Luís Estanislau à TVI.

Por esta altura, quem vive em Wuhan só quer garantir que não falta comida em casa, o que não se tem revelado nada fácil. Os quatro portugueses tentaram fazer compras em três supermercados diferentes, a confusão e a falta de bens nas prateleiras tornou a tarefa bastante complicada.

Conseguimos fazer as nossas compras com muitas dificuldades. As prateleiras vazias, muita confusão, já não havia legumes e muitas das coisas que havia estavam o triplo do preço". 

Sem certezas de quando poderá abandonar a cidade, Luís garantiu que tem adotado todas as medidas preventivas e que nas ruas o número de vítimas do coronavirus já ultrapassa as duas dezenas de mortos e mais de 600 infetados.

No próximo sábado, comemora-se o Ano Novo Chinês. O português acredita ter mantimentos para os próximos cinco dias, mas admite que a maior preocupação nesta altura é saber se haverá reabastecimento dos supermercados e dos bens de saúde.

A TVI sabe que os portugueses em Wuhan ponderam pedir ajuda à Embaixada para sair do país caso a Organização Mundial de Saúde decrete emergência global de saúde pública.

O número de mortos na China devido ao surto de coronavírus detetado na cidade de Wuhan, no centro do país, subiu esta sexta-feira 26 e o de casos confirmados aumentou para 830, revelou a Comissão Nacional de Saúde.

Além da China continental, foram já detetados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.

As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas — Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.

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