Conselho Nacional do CDS lamenta desfiliações mas diz que partido “não são pessoas” - TVI

Conselho Nacional do CDS lamenta desfiliações mas diz que partido “não são pessoas”

Sem se referir aos nomes de Adolfo Mesquita Nunes ou António Pires de Lima, o presidente do Conselho Nacional diz que o partido ainda não morreu

O presidente do Conselho Nacional do CDS defendeu este domingo que, apesar de “lamentar” a desfiliação de militantes, o “CDS não são pessoas”, e, “por muito que alguns queiram proclamar a morte" do partido, “esse dia ainda não chegou”.

Numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, Filipe Anacoreta Correia reagiu à desfiliação de militantes do partido, como Adolfo Mesquita Nunes ou António Pires de Lima, afirmando que “o CDS não são pessoas” e “não se confunde com personalidades ou com a dimensão que cada personalidade possa ter”.

“Nós acompanhamos a notícia da sua decisão de saída do partido com pesar – não a festejamos, lamentamos –, mas temos a certeza de que nunca um partido se confunde com essas personalidades e, bem ou mal, nós sabemos, no CDS, que o seu processo histórico foi sempre acompanhado de crises associadas a novos ciclos de liderança”.

Afirmando que o partido pode “eventualmente estar a viver” um desses momentos de crise, e reconhecendo que “é sempre um momento desafiante” e “difícil”, o presidente do Conselho Nacional do CDS salientou que, no passado, o partido “sempre sobreviveu a esses diferentes momentos”.

Por muito que alguns queiram proclamar a morte deste partido, há uma coisa que estou absolutamente seguro: esse dia ainda não chegou”, afirmou.

Sobre o encontro de sexta-feira, Filipe Anacoreta Correia defendeu que a reunião do órgão máximo do partido entre congressos foi “absolutamente clara” e “legítima”, e afirmou não temer “confrontos com a lei” por estar “certo da correção do processo”.

A reunião - em que foi aprovado o adiamento do Congresso do CDS em que o eurodeputado Nuno Melo ia disputar a liderança do partido com o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos - foi “absolutamente clara” e “legítima” na sua “condução e na forma como se constituiu”, reagindo às críticas segundo as quais a sua convocatória foi ilegal e as suas deliberações inválidas.

Teve uma participação vastíssima alargada, livre, e aquilo que verifico é que alguns membros do partido, sejam eles conselheiros nacionais ou não, pretendiam evitar, impedir, obstaculizar, que esse Conselho Nacional pudesse constituir-se e deliberar”, avançou.

Segundo o presidente do Conselho Nacional, participaram na reunião “mais de 300 pessoas”, correspondendo a “mais de 80% dos conselheiros nacionais” – “um dos Conselhos Nacionais mais participados da história do partido” -, tendo votado “em vários momentos, mais de 250 conselheiros nacionais”.

É tudo absolutamente claro, nós estamos disponíveis para todo o tipo de sindicância que possa haver nos órgãos próprios (…) não tememos esse confronto com a lei, com os órgãos, seja com o Tribunal Constitucional. Pelo contrário, até o desejamos, porque estamos tão certos da correção do processo”, defendeu.

Nuno Melo reage: "Enquanto alguns dos nossos melhores saem, abrem-se garrafas de champanhe no Caldas"

Nuno Melo, militante mais vocal contra a atual direção do partido, já reagiu na sua conta de Facebook às declarações de Anacoreta Correia. O eurodeputado aborda as desfiliações de alguns dos "melhores" do CDS, que não "aguentam" ver o partido "transformado num espaço de ilegalidades, arbitrariedades, censura e saneamentos"

Enquanto alguns dos nossos melhores saem, (...) no largo do Caldas abrem-se garrafas de champanhe e dão-se conferências de imprensa para justificar uma reunião do Conselho Nacional que o Tribunal do partido declarou nulo"pode ler-se.

Nuno Melo deixa um apelo aos militantes para que "não se desfiliem" e que lutem a seu lado.

O tempo só pode ser de revolta e de indignação. O CDS não é o que o golpe institucional em curso revela. E o CDS merece muito melhor", afirmou.

Também Filipe Lobo D'Avila afirmou este domingo que não tencionava participar num congresso que exibisse "este grau de crispação" e sublinha que é "absurdo" e um sinal de "fraqueza política" que alguém pense "que é possível ir a eleições nestas circunstâncias sem um Congresso que legitime o caminho, o projecto e o líder".

Se houver Congresso tratarei de ser congressista se assim os militantes o quiserem", afirma, demarcando-se de apoios a candidaturas.

"A realização do Congresso é condição para a recuperação do CDS que TODOS queremos", afirma.

Continue a ler esta notícia