Vudu, genocídio e fugas em helicópteros: os criminosos mais procurados do mundo - TVI

Vudu, genocídio e fugas em helicópteros: os criminosos mais procurados do mundo

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 28 dez 2019, 08:00

Há mais de 7 mil pessoas procuradas em todo o mundo. A TVI consultou os processos de vários criminosos em fuga das autoridades internacionais e reuniu dez dos nomes mais investigados pela Interpol, pelo FBI, pela Europol e pelo Tribunal Penal Internacional.

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"Morreu como um cão. Como um cobarde", foi assim que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump descreveu os últimos momentos de Abu Bakr al-Baghdadi, o ex-líder do Estado Islâmico que se fez explodir, matando os filhos, quando foi descoberto num túnel durante uma operação militar norte-americana no noroeste da Síria.

Imagens a preto e branco, partilhadas através do Twitter, mostram as tropas norte-americanas no complexo onde o líder do grupo terrorista se escondia.

 

A prova de que Abu Bakr al-Baghdadi tinha sido mesmo a pessoa abatida pelos soldados norte-americanos foi conseguida por um espião das Forças Democráticas Sírias (FDS) que conseguiu roubar um par de cuecas de al-Baghadadi para provar a sua identidade.

Abu Bakr al-Baghdadi seria possivelmente o homem mais procurado do mundo, embora tal lista não exista. Ainda assim, a morte do ex-líder do Estado Islâmico que controlava um império do tamanho do Reino Unido, deixou um vazio notável nas listas internacionais de criminosos procurados. 

A TVI consultou os processos de vários criminosos em fuga das autoridades internacionais e reuniu dez dos nomes mais procurados pela Interpol, pelo FBI, pela Europol e pelo Tribunal Penal Internacional.

 

  1. Omar Hassan Ahmad al-Bashir

 

Presidente do Sudão de 1989 até 2019, Omar Hassan Ahmad al-Bashir chegou ao poder através de um golpe de estado durante a Segunda Guerra Civil do Sudão. 

Em março de 2000, al-Bashir declarou um estado de emergência no país de três meses que viria a ser estendido durante cerca de 30 anos. 

No governo, o procurado restringiu a liberdade de imprensa e a atividade política e introduziu a lei Sharia

Omar Hassan Ahmad al-Bashir é acusado pelo Tribunal Penal Internacional de genocídio, extermínio, perseguição étnica, tortura e violação.

Em abril de 2019, al-Bashir foi destituído e detido pelas Forças Armadas do Sudão depois de 11 meses de protestos seguidos contra o governo autocrático.

 

  1. Ovidio Guzmán Lópes

 

Conhecido por “pequeno Chapo” ou por “Chapito”, Ovidio Guzmán seguiu as pisadas do pai Joaquín Guzmán no negócio de família, tornando-se um dos mais proeminentes traficantes de droga no México. 

Em outubro, Ovidio foi preso pela polícia mexicana, mas acabou por ser libertado pelas autoridades perante os confrontos violentos que se seguiram à detenção e que deixaram em estado de sítio a cidade de Culiacán, a cerca de 600 quilómetros da Cidade do México. 

De acordo com a BBC, no dia em que a polícia mexicana tentou deter Ovidio Guzmán, a zona comercial de Culiacán assemelhava-se a um campo de guerra, com carros incendiados e um forte dispositivo policial no local, que trocava tiros com os membros do cartel. Os confrontos semearam o pânico entre os habitantes da cidade, agravado pelo facto de vários reclusos terem aproveitado a violência generalizada para fugirem da cadeia local, criando o caos nas ruas.

O filho de “El Chapo” é procurado pela DEA (agência norte-americana que luta contra o narcotráfico) e foi acusado no mês de fevereiro de tráfico de cocaína pelo departamento de Justiça dos Estados Unidos. 

 

  1. Elena Puzyrevich

 

A russa geriu entre 2007 e 2008 um bar na província de Cáceres, em Espanha, que deu trabalho a nove mulheres russas que estavam em situação ilegal no país e se prostituíam no estabelecimento.

Foi provado que Elena ludibriou as jovens russas com promessas de dinheiro fácil,oferecendo-lhes bilhetes de avião para Espanha.

Quando as mulheres chegaram ao aeroporto de Barajas foram levadas diretamente para o bar de Elena e forçadas a prostituírem-se até conseguirem devolver o dinheiro gasto nas despesas de transporte. 

Uma das mulheres chegou mesmo a fugir do bar, atirando-se de uma janela e ficando gravemente ferida. 

Depois de ser acusada pelas autoridades de crimes de lenocínio e de detenção ilegal, Elena fugiu de Espanha e está agora na lista dos mais procurados da Europol.

 

  1. Jonathan Kelly

 

É o homem mais procurado da Escócia e foi descrito pelas autoridades como uma força de “puro mal”.

Com a cara marcada por cicatrizes e um olhar distante, Jonathan Kelly é conhecido por uma série de ataques violentos em Glasgow, sendo o mais chocante uma agressão a um homem com uma machete que o deixou paralisado.

Kelly foi condenado a dezasseis anos de prisão em 2002 e, durante o tempo em que esteve atrás das grades, testemunhas disseram ao jornal The Sun que o recluso costumava gabar-se de ter agredido violentamente homossexuais.

Em 2013, Kelly, que atualmente tem 37 anos, foi libertado sob fiança e com a obrigação de usar uma pulseira eletrónica. Desde esse momento, o seu paradeiro é desconhecido.

As autoridades acreditam que Jonathan Kelly cortou a pulseira eletrónica e deixou crescer a barba.

 

  1. Guccifer 2.0

 

Guccifer 2.0 é o pseudónimo de um hacker ou de um grupo de hackers que diz diz ser responsável pelo ataque informático aos servidores do Comité Nacional Democrático em 2016.

As revelações feitas pelo leak de informação causaram vários danos à campanha eleitoral de Hillary Clinton e resultaram na demissão da congressista Debbie Wasserman-Schultz.

Embora a persona usada pelo(s) hacker(s) tenha sido inspirada num hacker romeno, chamado Guccifer, que conseguiu acesso a e-mails de oficiais norte-americanos e romenos, existem suspeitas de que o ataque informático aos Democratas tenha tido origem russa.

Analistas informáticos determinaram que Guccifer 2.0 utilizou um servidor russo e vários especialistas em ciber-segurança estabeleceram ligações entre o ataque e o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia.

No entanto, numa troca de mensagens com um jornalista da BBC, Guccifer 2.0 disse que estava farto de que as suas ações fossem “constantemente atribuídas à Rússia”.

Não tenho qualquer ligação ao governo russo. Gostava de vos dizer mais uma vez que agi de acordo com as minhas visões políticas pessoais”, lê-se numa publicação no site oficial do(s) hacker(s).


 

  1. Jessica Edosomwan

 

Em fuga desde 2017, Jessica Edosomwan é acusada de manipular jovens nigerianas, prometendo-lhes trabalho em França com todas as despesas pagas.

No entanto, as raparigas eram forçadas a praticar rituais “juju”, uma vertente do “voodoo” em que são atribuídos “poderes sobrenaturais” a um objeto. Ao participarem neste tipo de “magia negra”, as jovens começaram a ter uma relação de submissão com Jessica.

Segundo a Europol, as famílias da vítimas também eram ameaçadas.

Quando as jovens nigerianas chegavam a França, eram obrigadas a prostituírem-se para conseguirem pagar a dívida para com Jessica. As vítimas eram também forçadas a viver em casas com rendas muito altas, mas com condições degradantes.

A Europol acredita que Jessica trabalha em conjunto com pelo menos 20 pessoas e estará escondida em França, Alemanha ou na Bélgica.


 

  1. Matteo Denaro

 

Caracterizado como “o último dos moicanos da máfia siciliana, Matteo Denaro é um dos criminosos mais procurados do mundo.

Enchi um cemitério sozinho”, disse Denaro que está em fuga desde 1993.

Conhecido como “Diabolik”, o ex-chefe da máfia siciliana tem conseguido manter um estilo de vida luxuoso e é acusado de corromper vários políticos e empresários.

 

  1. Vassilis Paleokostas

 

Paleokostas é famoso por em 2006 ter escapado de uma prisão grega a bordo de um helicóptero roubado pelo irmão. Em fevereiro de 2009, foi apanhado, mas escapou da prisão mais uma vez através de um helicóptero.

Conhecido como o “intocável”, Vassilis Paleokostas é acusado de assalto e rapto. As autoridades gregas oferecem uma recompensa de um milhão de euros a quem tiver informações sobre o seu paradeiro. 


 

  1. Joseph Kony

 

Terrorista”, “profeta” e “assassino implacável”. Todas estas palavras foram usadas, em diferentes anos para descrever o ugandense Joseph Kony que é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e que tem sido capaz de fugir às autoridades durante duas décadas.

É o fundador do exército rebelde Resistência de Deus e é suspeito de raptar milhares de crianças para usar como soldados ou escravos sexuais.

Kony é um antigo acólito que ordenou ataques violentos no seu país natal e, depois de ser expulso do Uganda, no Sudão, na República Democrática do Congo e na República Centro Africana.

Segundo o mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, Joseph Kont é acusado de doze crimes contra a humanidade e 21 crimes de guerra. 

É acusado ainda de aterrorizar o Norte do Uganda através de homicídios, raptos, mutilações e incêndios.


 

  1. Ayman Al-Zawahari

 

Al-Zawahari nasceu em 1950 no seio de uma família egípcia rica e estudou para ser um cirurgião antes de se juntar à Jihad Islâmica do Egito.

Frequentemente preso e torturado, Al-Zahari fugiu para o Paquistão onde lutou ao lado dos mujahideen contra os invasores soviéticos e conheceu Osama bin Laden. 

 

 

Juntamente com Bin Laden, Al-Zawahari fundou a al-Qaida e assumiu a sua liderança depois da morte de Osama bin Laden, em 2011.

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