Vários funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), que na segunda-feira estavam de serviço no Aeroporto de Maiquetía, foram detidos por não terem executado a ordem de detenção do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
La GNB en el aeropuerto no ejecuto la orden de detener a Juan Guaido. Los funcionarios fueron trasladados a Fuerte Tiuna. La orden de captura esta vigente. Alerta Venezuela,Alerta Gobernantes del mundo
— José Luis Pirela (@joseluispirelar) March 4, 2019
As detenções forma denunciadas, esta terça-feira, pela oposição venezuelana, precisando que os oficiais da GNB foram levados para o Forte de Tiúna, a principal base militar de Caracas e alertando que vigora uma ordem de detenção contra Juan Guaidó.
A GNB no aeroporto não executou a ordem de deter Juan Guaidó. Os funcionários foram levados ao Forte de Tiúna. A ordem de captura está em vigor. Alerta Venezuela, alerta governantes do mundo", anunciou o deputado opositor José Luís Pirela na sua conta do Twitter.
Los funcionarios de la GNB destacados ayer en el aeropuerto y se negaron a detener a Juan Guaido estan presos. Hay 2 Cubanos sometidos a investigacion y arribo a Caracas el Comandante Cubano Ramiro Valdez. Se le mueve el piso a la dictadura
— José Luis Pirela (@joseluispirelar) March 5, 2019
Pirela, que faz parte da Comissão Permanente de Política Interior do parlamento venezuelano explicou ainda, numa outra mensagem, que "os funcionários da GNB em serviço ontem [segunda-feira] no aeroporto recusaram-se a deter Juan Guaidó".
O deputado não precisou quantos oficiais da GNB foram detidos.
O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chegou na segunda-feira à tarde ao aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas), onde foi recebido por uma multidão composta por apoiantes e embaixadores de vários países europeus e latino-americanos, segundo imagens transmitidas em direto na televisão.
Entre os embaixadores europeus estava o de Portugal, Carlos Nuno Almeida de Sousa Amaro, confirmaram fontes diplomáticas à agência Lusa.
Guaidó, reconhecido Presidente interino venezuelano por cerca de 50 países, regressou à Venezuela após um périplo de uma semana por vários países daquela região.
Ao fazer essa viagem, o líder da oposição contornou a proibição de saída do país decretada pela justiça venezuelana por estar em curso uma investigação relacionada com a sua autoproclamação como presidente interino, arriscando-se a ser detido quando regressasse à Venezuela.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.